Ingressos se esgotaram nos dias das apresentações, que surpreenderam e encantaram o público
Mesmo com o tempo chuvoso ao longo do sábado (5/4), centenas de pessoas lotaram o Grande Teatro Cemig Palácio das Artes para assistir ao primeiro dia do concerto “Música de Cinema – Era uma vez no Faroeste”, com trilhas inesquecíveis de filmes interpretadas pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG). Os concertos “Música de Cinema” têm sido realizados pelo menos uma vez a cada ano, sempre com enorme sucesso. Em 2022, o programa fez uma homenagem aos 90 anos do compositor John Williams, em uma apresentação no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. No ano seguinte, o tributo foi ao cineasta Stanley Kubrick, com trilhas de seus filmes mais aclamados. E, em 2024, a OSMG interpretou trechos de clássicos da ficção científica, fantasia, dos filmes de super-heróis e de séries de televisão.
Nesta edição, a homenagem foi aos faroestes, especialmente às produções italianas dos anos 1960 e 70, chamadas de western spaghetti, muitas das quais contavam com direção do aclamado Sergio Leone e música do lendário compositor e maestro Ennio Morricone. Faltavam poucos minutos para o início do concerto e o hall de entrada do Palácio das Artes ainda estava cheio de espectadores, que não paravam de chegar. Uma delas, a contadora Eloína Rodrigues, resolveu assistir ao concerto a convite da irmã. “Eu sempre venho ver as apresentações aqui no Palácio das Artes, e gosto principalmente quando a Orquestra Sinfônica toca repertórios da Música Popular Brasileira. Então esse concerto de logo mais vai ser novidade. Mas eu estou bastante animada”, adiantou Eloína. A estudante de cinema Maria de Carvalho Silva também estava apreensiva para a primeira apresentação enquanto aguardava por um colega. “Gosto de seleções mais inusitadas, como essa, que trazem obras populares. Tenho certeza de que será um concerto incrível”.
A apresentação começou com a grandiosa abertura do estúdio 20th Century Fox. Logo depois, a “Abertura Faroeste”, composta por Fred Natalino, trouxe ao público uma combinação de 44 trilhas clássicas, desafiando os espectadores a descobrir qual música vinha de qual filme. O repertório seguiu com faixas de “Por uns dólares a mais”, compostas por Ennio Morricone. Em uma tela de cinema atrás dos músicos, cenas dos filmes eram reproduzidas, imergindo os espectadores ainda mais no universo do faroeste espaguete. Também do italiano, a trilha de “Era Uma Vez no Oeste”. O público foi surpreendido, neste momento, com a participação da solista Indaiara Patrocínio, que encantou a todos com sua poderosa voz de soprano. A homenagem a Morricone e à sua parceria com Sergio Leone se encerrou com a sonoridade famosíssima de “Três Homens em Conflito”.
Em seguida, foi a vez de um tributo à série contemporânea “Yellowstone” e à sua delicada trilha composta por Brian Tyler. A noite se encerrou com a abertura da ópera “William Tell”, criada pelo italiano Gioachino Rossini, cujo final apoteótico foi imediatamente reconhecido pelo público. Em nova surpresa para o teatro lotado, neste encerramento o telão exibia cenas do desenho animado “Pica-pau”, nas quais o personagem-título interagia com o cavalo Pé-de-pano em um cenário de Velho Oeste, adicionando bem-vindas notas de ironia e comicidade ao concerto. Depois de acalorados minutos de palmas, um bis trouxe de volta ao palco a soprano Indaiara Patrocínio, que, acompanhada da OSMG, novamente emocionou o público interpretando trechos da trilha de “Era Uma Vez no Oeste”. Mais e longas palmas fecharam a noite.
Após o concerto, não havia espaço senão para elogios. O diretor de teatro Cássio Pinheiro deu parabéns à concepção do programa e principalmente à execução da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. “Eu venho sempre ao Palácio das Artes, inclusive já trabalhei aqui há muitos anos. Estou adorando a programação variada dessa nova gestão da OSMG e da Fundação Clóvis Salgado. A orquestra, em especial, está afinadíssima”, pontuou. A professora Fadu Pinheiro ressaltou a memória afetiva despertada pelo concerto. “A apresentação foi linda. Me remeteu muito à minha mãe, que gostava demais de assistir a filmes de faroeste com a gente. Recordei muitos bons momentos aqui hoje”, contou. No dia seguinte, domingo (6/6), um novo sucesso, com o Grande Teatro Cemig Palácio das Artes lotado para o encerramento de mais uma edição do “Música de Cinema”, um dos programas mais queridos pelo público. Para as próximas edições, não faltam opções: Nino Rota, Bernard Herrmann, Quincy Jones, Ryuichi Sakamoto, e muitos outros/as músicos/as de cinema.