O mundo imaginário de M. C. Escher

Você já imaginou ou sonhou com cenas impossíveis de serem realizadas no mundo real? Ficou com aquele desejo de compartilhar a imagem com alguém, mas não sabia como e nem qual técnica usar para isso? Se começarmos a testar e dermos liberdade para nossa imaginação fluir, certamente conseguiremos criar imagens muito interessantes. É legal pensar que é possível tornar um sonho visível em um pedaço de papel e conseguir compartilhar com outras pessoas. Para isso é preciso escolher qual a melhor técnica artística para que essa imagem ganhe forma.

O gravador e desenhista holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) apresentou seu mundo imaginário por meio de variadas técnicas de gravura. Interessou-se em explorar, nas imagens que criou, o raciocínio matemático a partir da perspectiva, da ilusão de ótica, de metamorfoses e de caminhos cíclicos.

A gravura é uma técnica de produção de imagem desenvolvida no oriente, antes do surgimento do papel. O que define e dá origem ao nome da gravura é o tipo de matriz na qual a imagem a ser impressa é gravada. As técnicas de gravura se assemelham ao carimbo, se pensarmos que a matriz gravada recebe a tinta (entintagem) e, dessa forma, a imagem é transferida para um papel ou tecido. Litografia (“lithos”, pedra, e “graphein”, escrever) leva esse nome porque utiliza um tipo de rocha calcária como matriz.

A litografia foi descoberta em 1797 pelo dramaturgo Aloys Senefelder (1771-1834), que buscava um meio mais econômico de imprimir suas peças de teatro. Consiste basicamente em gravação do desenho feito com materiais gordurosos (lápis, bastão, pasta, entre outros), por meio de soluções químicas e água, sobre a superfície de uma rocha calcária lisa. A rocha é entintada e sobre ela é colocado o papel. A impressão da imagem é feita por meio de uma prensa que pressiona o suporte contra a matriz.

Essa técnica foi bastante usada para a impressão de rótulos, cartazes, jornais, revistas, mapas, anúncios de filmes e produtos, entre outros. Atualmente, a técnica de impressão offset é a que mais se aproxima da litografia, e possibilita uma produção em larga escala e em variados tipos de papel.

A litografia foi uma das técnicas de gravura utilizadas por Escher para dar forma a sua imaginação.

Em 2013, a Fundação Clóvis Salgado, em parceria com a M.C. Escher Foundation-Baarn-Netherlands, usou as galerias do Palácio das Artes para expor parte das gravuras já produzidas pelo artista. A exposição ganhou o título de “A Magia de Escher”. Além disso, a mostra contou com uma expografia ímpar, em que o fruidor era convidado a interagir de diferentes maneiras com os princípios explorados pelo artista em seus trabalhos. A exibição atraiu grande público, de diversas idades, que pôde conferir as gravuras do artista e interagir com o ambiente criado pelos idealizadores da exposição. Separamos três litografias que fizeram parte da exposição para que você possa observar, se inspirar, e nos contar suas impressões sobre elas:

Em sua opinião, qual a melhor posição para expor essa obra? Assim, como está apresentada aqui, de lado ou de cabeça para baixo?

E que tal a cascata a seguir? Em sua opinião, em qual ponto da imagem o percurso d’água se inicia?

E na situação apresentada na próxima imagem? As personagens estão descendo ou subindo?

E você, já decidiu qual técnica experimentar para dar forma a sua imaginação?

Inspire-se e crie suas próprias imagens! Compartilhe com a gente seus trabalhos e processos usando as hashtags #educativofcs, #criarte e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Referências:

A Magia de Escher. Programa Educativo em Artes Visuais. Fundação Clóvis Salgado, Belo Horizonte, 2013. Disponível em ˂https://docplayer.com.br/15825959-De-escher-programa-educativo-em-artes-visuais-fundacao-clovis-salgado-a-magia-de-escher-1.html˃. Acesso em: 28 de set. 2021.

LITOGRAFIA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: ˂http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5086/litografia˃. Acesso em: 28 de set. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.

Sobre a autora:

Nathália Bruno é bacharel e licenciada em Artes Plásticas, especialista em Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas, artista plástica, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.