Pintura geométrica com tintas naturais em suporte alternativo

Você acha que precisa ter materiais específicos para produzir pinturas? Essa proposta é para mostrar a você que com materiais simples e que costumamos ter em casa dá para fazer pinturas incríveis. Esqueça as telas e tintas industrializadas, veja o passo a passo!

 

Atenção: crianças precisam ser acompanhadas por um adulto, devido ao uso de tesoura e provável uso de eletrodoméstico.

 

Materiais necessários:

– Caixa de papelão com o fundo claro (aquela que você ia jogar no lixo) ou outro suporte que você tiver em casa, como tecido

– Tinta natural (usamos açafrão e colorau, mas pode usar café, beterraba, cenoura, espinafre, entre outras)

– Fita crepe

– Tesoura

– Água

– Potes para colocar tinta e água

– Pincel ou outro objeto que possa substituí-lo (demos dicas de como substituir pincéis em propostas anteriores, confere lá)

 

Passo a passo:

Primeiro vamos falar da “tinta”. Nessa proposta usamos o açafrão misturado com um pouco de água e cola para criar a tinta amarela e o colorau misturado com um pouco de água e cola para criar a tinta vermelha. Você pode optar por usar outros alimentos que tiver em casa para fazer outras cores de tinta, como beterraba, couve e cenoura, por exemplo. Caso opte por usar alimentos inteiros, você deverá bater o alimento no liquidificador com um pouco de água e depois coar. Lembre-se que adicionando mais água a tinta ficará clara e adicionando menos água a tinta ficará escura. Preparada a tinta, separe cada cor em um pote e mãos à obra!

 

1° – Separe e organize os materiais, deixe um pote com água limpa para lavar o pincel. Se for usar a caixa, corte-a no formato adequado para você pintar. Experimente usar o verso dela.

 

 Figura 1: materiais. Foto: Nathália Bruno.

 

2° – Proteja com a fita crepe as partes da pintura que você quer que fiquem sem tinta. Use-a para criar diferentes desenhos geométricos, solte a criatividade!

 

Figura 2: preparo do suporte. Foto: Nathália Bruno.

 

Figura 3: preparo do suporte. Foto: Nathália Bruno.

 

3° – Comece sua pintura e, sempre que for trocar de cor, limpe o pincel no pote com água limpa. Espere secar e depois repita o processo, passando outras camadas de tinta para realçar a cor. Neste exemplo, passamos umas quatro demãos de tinta. Lave o pincel com sabão depois que terminar sua pintura para conservá-lo.

 

Figura 4: pintura e demãos. Foto: Nathália Bruno.

 

4° – Depois que seu trabalho secar, retire a fita crepe com cuidado para não rasgar a pintura. Prontinho! Fotografe o resultado, publique em suas redes sociais e marque a gente nas hashtags #educativofcs #criarte e também @fcs.palaciodasartes.

 

Figura 5: retirando a fita crepe após a secagem. Foto: Nathália Bruno.

 

Figura 6: pintura finalizada. Foto: Nathália Bruno.

 

Curiosidade:

Em 2019, a Fundação Clóvis Salgado recebeu, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, a exposição 100 anos de Celso Renato, em comemoração ao centenário do artista. Dentre os trabalhos expostos estavam desenhos sobre papel, pinturas com tinta a óleo sobre tela e Eucatex (chapas de aglomerados de polpa de eucalipto) e pinturas com tinta acrílica sobre madeira. O artista usou a madeira, além da tela, para produzir suas pinturas geométricas abstratas, criando composições que a deixavam em evidência e exploravam o suporte como parte da imagem. Isso mostra que uma pintura pode ser produzida nos mais diferentes materiais. Apesar disso, é preciso que o artista pesquise as tintas e suportes mais adequados para cada resultado, efeito e textura que deseja obter.

 

Figura 7: obra de Celso Renato. Foto: Bruno Leão. Fonte: Site FCS.

 

Referência: https://fcs.mg.gov.br/eventos/100-anos-de-celso-renato/

 

Sobre os autores:

Giovane Diniz é licenciado em Artes Plásticas, mestrando em Artes Visuais, artista plástico, professor e mediador cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Nathália Bruno é bacharel e licenciada em Artes Plásticas, especialista em Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.