Pinturas: Juliana Gontijo

A maneira como o artista interfere no espaço pode influenciar nossa leitura sobre um trabalho? É possível pensar em outros espaços que poderiam fazer parte de uma exposição para além do espaço da galeria de arte?

Figura 1: “Rompe mato”, Juliana Gontijo, Palácio das Artes, 2019. Fonte: Instagram da artista.

Em 2018, a artista Juliana Gontijo realizou a exposição “SISMO” na Galeria Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, pelo Edital de Ocupação. Em 2019, a Fundação Clóvis Salgado promoveu o “ARTEMINAS Narrativas Femininas – Sou aquilo que não foi ainda”, expondo trabalhos que compõem seu acervo e que foram produzidos por artistas mulheres, incluindo a obra “Rompe mato”, doada por Juliana.

A artista iniciou suas pesquisas no ano de 2010, tendo escolhido o universo institucional de arte para “provocar o seu sismo” e para apresentar os vestígios do “movimento” que ela causou no espaço. “SISMO” é uma instalação que ocupou toda a galeria com pintura/desenho sobre telas e paredes, dando a impressão de que houve um evento catastrófico que abalou, destruiu e em seguida reconstruiu o espaço, reorganizando o ambiente de maneira diferente da anterior. Os desenhos e as pinturas remetiam a trincas nas paredes e como o trabalho assumia proporções arquitetônicas, o público era convidado a integrar esse cenário andando pelo espaço reorganizado pela artista.

Figura 2: “Notações”, Juliana Gontijo, Programa de Residências JA.CA, 2019. Fonte: Instagram da artista.

A partir dessas informações, reflita:

Quais questões são levantadas pela artista por meio de seus trabalhos? É possível fazer leituras poéticas que se relacionem com você e com suas vivências, com os dias atuais ou com algum momento histórico? Quais assuntos podemos discutir a partir da destruição e da reordenação de algo, algum lugar ou modo de agir ou pensar?

Se pudesse pensar em um espaço, coisa, sentimento, ação ou pensamento para ser reorganizado, reerguido, reestruturado, remontado, qual seria? Vamos colocar em prática essa ideia e construir uma imagem a partir de outra!

Para isso, você pode usar uma pintura ou qualquer outra imagem que desejar, incluindo fotografias de jornais e revistas.

Figura 3: “Sismo”, Juliana Gontijo, Palácio das Artes, 2018. Fonte: Instagram da artista.

Atividade:

Confira o passo a passo!

1°- Selecione ou produza uma imagem para intervir nela. Pode ser de jornal, de revista, uma fotografia ou até mesmo um desenho produzido por você. Procure uma imagem que faça você pensar no porquê de ela “merecer” ser fragmentada e reorganizada. Tire uma foto da imagem original e guarde para comparar com o resultado final.

2°- Em seguida, rasgue ou recorte toda a imagem, fragmentando-a por completo. A sugestão é que o faça de modo que fique difícil reconhecer a imagem original. Se preferir, você pode preservar as figuras agora para reorganizá-las depois, quando for produzir a nova imagem.

3°- A partir dos fragmentos, organize uma nova imagem como se estivesse montando um quebra-cabeças. Você pode incluir elementos e fragmentos de outras imagens em seu trabalho também.

4°- Agora é só observar as formas, composições, aproximações de cores, volumes, desenhos e novas estruturas criadas por você nessa ação!

Compartilhe com a gente o registro da sua criação usando as hashtags #educativofcs e #criarte nas mídias sociais e também @fcs.palaciodasartes no Instagram. Aproveite para contar como foi seu processo criativo, o motivo de ter escolhido essa imagem e de ela ser importante para você.

Sobre a autora:

Nathália Bruno é bacharel e licenciada em Artes Plásticas, especialista em Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.