“Se essa ilha fosse minha”!

Um curta-metragem sobre a importância de respeitar as diferenças e criar conexões. Assista “Ilhas”:

Ficha técnica

Filme: Ilhas 

Local: Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Ano: 2018

Duração: 9 minutos

Direção, roteiro e direção de arte: Isabella de Oliveira Suplino

Participação especial como narrador: Flávio Migliaccio

Elenco: Ana Paula Alonso e Pedro Henrique Felix Lopes 

Animação: Yuri Lasmar, Luiza Varella e Isabella de Oliveira Suplino

Produção executiva e coordenação de produção: Arthur Felipe Fiel

Direção de produção: Matheus Hoffman

Storyboard: Jefferson e Silva Nascimento

Fotografia: Anasylvia Cardoso e Gabriel Ferreira

Direção de som: Klaus Bentes

Edição e montagem: Pedro Fagim

Trilha sonora: Matheus Hoffman

Para Refletir:

O curta-metragem que você assistiu tem como personagens duas crianças bem diferentes entre si: Juliana, uma menina de 13 anos, e Léo, um menino de oito anos. Juliana é aventureira e parece não ter medo de enfrentar o que não conhece. É assim que ela acaba chegando em uma ilha onde encontra Léo, mesmo com as placas de “cuidado” que cercam o lugar. Léo vive sozinho, isolado, e é mais quieto. Ele construiu um muro para se proteger do que achava ser perigoso, mesmo sem saber direito quem colocou os avisos naquele local. 

Léo tem autismo, uma condição que muda de pessoa para pessoa, mas que, em geral, afeta o comportamento, a interação e a comunicação. Isso pode ser percebido por alguns sinais demonstrados pelo personagem, como o isolamento, a dificuldade em se comunicar e alguns movimentos repetitivos que ele faz. Apesar de Léo ter se escondido no início, Juliana tem paciência e consegue fazer com que ele se aproxime e se sinta confortável com ela. Léo se comporta e se comunica de uma forma diferente de Juliana, mas também é capaz de brincar, de sentir e de aprender, e tem suas preferências, como gostar de jardinagem e da cor azul. Juliana nos mostra que uma boa relação pode surgir quando se tem carinho, atenção e respeito. 

A diretora desse curta, Isabella de Oliveira Suplino, trabalhou por certo tempo em um lugar que atendia pessoas com autismo. A partir disso é que ela teve a ideia de fazer o filme, pois esse é um tema ainda não tão falado, mas importante ser discutido. Existem ainda muitas ideias preconceituosas sobre as pessoas com autismo. Uma delas, bastante comum, é que elas “vivem em um mundo à parte”. Se pararmos para pensar, cada um de nós tem sua própria ilha, seu “universo particular”, composto pelas coisas que mais gostamos, que nos fazem sentir bem e confortáveis. Muitas vezes temos medo do que vem de fora ou do que ainda não estamos acostumados. Isso é normal. Mas também é legal conhecermos novos lugares e pessoas, pois podemos aprender muito com isso. Como o narrador diz no final do curta: ilhas precisam ser visitadas!

Ilustração: Naiara Rocha.

Curiosidades:

Quando assistimos um curta de animação feito a partir de uma sequência de fotografias, é comum “mergulharmos” na história e no ambiente criado e perdermos a noção de qual tamanho cada um dos elementos que aparecem têm na vida real. Normalmente, eles têm um tamanho reduzido, são miniaturas. Vários deles costumam caber na palma de uma mão. Isso facilita a manipulação de personagens e objetos, o controle da luz que os atinge e o registro por foto, além de ocupar menos espaço. Os bonecos de Juliana e Léo, por exemplo, permitem trocas de olhos e bocas para variar as expressões: olhos atentos, um sorriso, um olhar triste… Fazer essas trocas é muito mais prático com miniaturas.

Outra coisa legal é que trabalhar assim costuma ser mais econômico e facilita o uso de coisas do nosso dia a dia na produção do filme. Você consegue reconhecer alguns dos materiais utilizados em “Ilhas”? Papel, barbante, tecido, graveto e pedra são alguns deles, mas fica aqui o convite para você rever o curta e brincar de identificar outros.

Imagem: Divulgação.

Atividade:

Vamos criar um ambiente em miniatura? Desta vez a atividade é um convite para você criar sua própria “mini ilha”! 

Antes de começar, pense em como ela seria. A ilha de Léo, por exemplo, nos mostra os gostos dele. O que a sua ilha contaria sobre você caso alguém a visitasse? Gostos, jeitos, medos, desejos… tudo isso pode estar representado em sua “mini ilha”.

Decidido o projeto, agora é a vez de construir! Para isso, você pode usar vários materiais, como massinha de modelar, pedaços de tecido, papel, palitinho, tampinhas e outros objetos que iriam para o lixo. Para unir uns aos outros, você pode usar cola, linha ou fita adesiva.       

Compartilhe fotos da sua “mini ilha” com a gente! Publique em suas redes sociais usando as hashtags #cineminhaonline, #educativofcs e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Referência:
Arte em Cena / Ilhas + mediação com a diretora Isabella de Oliveira Suplino. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Hc2NawX1yaE>. Acesso em: Ago. 2021.

Sobre as autoras:

Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, professora da Rede Municipal de Educação/BH, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.