Série Artistas e Processos Criativos: Desali

A série “Artistas e Processos Criativos” convida alguns artistas cujas obras estiveram em exposição nas galerias do Palácio das Artes, para compartilhar seus processos de criação, contando-nos um pouco sobre seus trabalhos e sua trajetória artística.

Nesta semana, o convidado é o artista Warley Desali, que é natural de Contagem (MG), vive e trabalha em Belo Horizonte (MG) e é formado em Artes Plásticas pela Escola Guignard (Universidade do Estado de Minas Gerais). O artista trabalha com várias linguagens, como: pintura, fotografia, performance e vídeo. Seu trabalho é marcado pela subversão das hierarquias, tanto artísticas quanto sociais. No ano de 2017, realizou a exposição “Vulgo. Lembra-se da grande mesa na sala de jantar”. A exposição integrou a terceira edição do Programa ArteMinas e ocupou a Galeria Mari’Stella Tristão, no Palácio das Artes, reunindo obras marcantes da carreira do artista. A exposição contou com obras criadas especialmente para o ArteMinas, além de outros trabalhos. No vídeo, o artista fala sobre sua trajetória e sobre sua produção atual.

Assista ao vídeo e reflita sobre as perguntas abaixo.

Desali nos conta sobre sua relação com a arte-educação e com a fotografia. O artista explica, também, como foi aprofundando sua relação com a pintura, retratando pessoas próximas, ruas e objetos do seu bairro de origem. No vídeo, podemos ver várias pinturas que ele menciona, pinturas de paisagem e retratos.

A fala e o trabalho de Desali são como um convite para refletirmos sobre as conexões possíveis de se estabelecer com os lugares em que vivemos. Ele nos mostra como essas conexões podem inspirar a criação artística. Você já pensou em criar uma obra de arte a partir das imagens do seu bairro?

Desali também nos fala sobre o projeto “Carne quebrada”, desenvolvido no Programa Bolsa Pampulha 2018-2019. Nesse projeto, o artista se dedicou a uma pesquisa de arquivo a partir do apagamento de registro dos trabalhadores envolvidos na construção da região da Pampulha. Ele pesquisou o antigo cassino da cidade – atual Museu de Arte da Pampulha – e o deslocamento das comunidades que viviam na região antes das intervenções do projeto modernista. Dessa forma, o artista lança um olhar crítico sobre as mudanças que ocorrem na cidade sem que se tenha a devida preocupação com as pessoas que ali moram. Você já parou para pensar na possibilidade de se desenvolver um trabalho artístico a partir da pesquisa de arquivos? No quanto esse “caminho” pode ser potente? Em quantas ideias podem surgir dos registros de histórias?

Ainda em sua fala, Desali menciona outro trabalho desenvolvido na Bolsa Pampulha, o “Galeria Itinerante, Museu de Arte Dandara”. Esse trabalho envolveu a criação de um museu de arte dentro da comunidade Dandara (Belo Horizonte – MG). Envolveu, também, um trabalho de arte-educação e um leilão das obras dos artistas da comunidade dentro do Museu de Arte da Pampulha. Desali se conectou com a história das pessoas e proporcionou a elas a oportunidade de criar, expor e vender suas próprias obras. Esse trabalho nos instiga a pensar qual o lugar do artista e da arte na vida das pessoas. Podemos também criar nosso próprio museu? Quais obras poderiam ser expostas nele?

Compartilhe com a gente suas percepções sobre os trabalhos do artista usando as hashtags #educativofcs, #criarte e também @fcs.palaciodasartes.

Sobre os autores:

Giovane Diniz é licenciado em Artes Plásticas, mestrando em Artes Visuais, artista plástico, professor e mediador cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Nathália Bruno é bacharel e licenciada em Artes Plásticas, especialista em Ensino de Artes Visuais e Tecnologias Contemporâneas, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.