Torta na cara dela: Mona Lisa é atacada no Museu do Louvre

No domingo, dia 29 de maio de 2022, a “Mona Lisa”, famosa pintura do renascentista Leonardo da Vinci, levou uma torta na cara. Sim, a alegoria da cultura ocidental sofreu um atentado! Uma pessoa chegou ao museu do Louvre usando uma cadeira de rodas e peruca e arremessou-lhe uma torta. Podemos ouvir nos vídeos gravados por visitantes do museu que ele alertava sobre a destruição do planeta e que devemos nos preocupar em preservá-lo. Ainda não se sabe a motivação para tal ato.

A “Mona Lisa” possui muita atenção sobre si, tanto por causa da técnica primorosa do sfumato por meio da qual Leonardo criou um efeito mais realista na pintura – sem limites ou bordas – quanto pelas teorias conspiratórias que discutem a origem da figura retratada, quem seria e se nela teriam mensagens escondidas.

“Mona Lisa”, Leonardo da Vinci, 1506. Fonte: Wikipédia

A obra de dimensões pequenas está superprotegida por um isolamento de vidro e um distanciamento determinado aos visitantes do museu. É mais do que uma pintura, “Mona Lisa” é um ícone, um “xodó” da cultura do ocidente. Mas o que será que deu a ela essa importância? Teria sido o roubo que sofreu em 1911? É possível.

Em 1911, a pintura de Da Vinci foi roubada do Louvre sem alarde. O pintor de paredes Vicenzo Peruggia aproveitou-se do fato de ser um funcionário do museu e em uma segunda-feira, dia de manutenção, retirou a obra da moldura e saiu com ela do Louvre sem despertar suspeitas. Naquela época, a pintura não possuía o status que adquiriu dali em diante. Para Peruggia, levar “Mona Lisa” de volta para a Itália seria um acerto de contas com Napoleão Bonaparte, que no século anterior havia confiscado a obra. Reencontrada e atestada sua originalidade, a Gioconda retornou para o Louvre e lá recebeu mais vigilância e proteção.

A “Mona Lisa” já sofreu alguns outros atentados. Em 1956, por exemplo, um pintor boliviano arremessou uma pedra sobre ela e, em 2009, um turista jogou-lhe uma xícara. Essas manifestações agressivas com a pintura demonstram como ela pode ser um palanque para narrativas, pois a atenção que recebe da mídia é a de uma pop-star.

Para se ter ideia, a queridinha do Louvre é tão especial que em 2020 um visitante pagou, em um leilão, um valor de 80 mil euros para acompanhar a inspeção de especialistas pela qual a obra passa todos os anos. Ou seja, algo em torno de 500 mil reais só para ficar mais pertinho da obra. Realmente essa garota é a musa da história da arte!

Que tal conhecer algumas teorias em torno da pintura? Para acessá-las, clique aqui.

Sobre a autora:

Isa Carolina é especialista em História da Arte, mediadora cultural e professora da Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.