Palavras-chave: desenho, Oiapoque, povo karipuna.
Bora falar de arte?
Continuando com a nossa conversa sobre as capitais do Brasil, na publicação passada o Bora comentou um pouco sobre a cidade de Alagoas e sobre o artista Jonathas de Andrade, que trabalha com a reescrita da história por meio de reinvenções narrativas. Desta vez, o artista que vamos apresentar vive e trabalha no Amapá, mais precisamente no extremo norte do país, na aldeia de Santa Isabel, no Oiapoque, cuja origem da palavra vem do tupi-guarany, do termo “oiap-oca”, que significa “casa dos Waiãpis” ou “casa dos guerreiros ou parentes”.
Yermollay Caripoune (1976), liderança indígena Karipuna, mora às margens do rio Kuripi, afluente do rio Uaçá, em terras indígenas. Vindo de um lugar de fronteiras, vive entre águas fluviais e marítimas; entre terras litorâneas e interioranas; entre a vegetação pantanosa e a floresta, sob o calor equatorial e a brisa das monções oceânicas; vive entre fronteiras de nações, entre línguas.
Yermollay, por meio do grafismo e das histórias de seu povo, dá forma plástica aos códigos dos ancestrais de um Brasil originário. Revela – a partir dessas visualidades gráficas – as cosmogonias das formas desse mundo; e, como mapas cósmicos, nos indica os sinais de uma arte indígena contemporânea, que nos orienta entre um real-imaginário. Mostra-nos, com outros, uma constelação de povos brasileiros. Uma Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea – uma exposição virtual – uma passagem, uma abertura, um entre-lugar, que nos aponta para um futuro.
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Através das linhas, cores e formas, Yermollay desenvolve suas obras: “Lagarta Taminã” (2020), “Ouayou Sol” (2020), “Anhanga” (2020), “Arikani – Cavalo do vento -” (2020), “Tunãkay” (2019), “Laposiê” (2019), “Swarã constelação escorpião” (2019), “Karuãnas” (2019), “Txiglaposiê” (2019), “O criador Temerõ`Q e a grande estrela Warukamã” (2019), “Os gigantes do Waçá” (2019), “Aramary Kanawá pele” (2018), “Touatou gavião real” (2018), “Turé” (2018), “Topoio – Piranha Preta” (2018), “Warapatã – devorador das estrelas” (2018), “Guerreiro Uirapuru” (2018), “Kabassu” (2016), entre outras.
Assim, temos um mundo a se revelar, entrelaçando o homem a um caminho que pode conduzi-lo à sua natureza primordial.
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Na próxima publicação, nosso convite continua em aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as redes sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!
Sobre as autoras:
Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.
Mara Tavares é professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.