K) Keila Sankofa

Palavras-chave: cidade, ancestralidade e Keila Sankofa.

Bora falar de arte?

O “Bora falar de arte?” continua com a missão de inventariar coisas e nomes. Na última publicação, a letra foi o “J”, de Juliana Gontijo. Hoje, iremos apresentar a letra “K” e a artista Keila Sankofa.

Foto: Daniela Parampal.

Keila Sankofa

Há mais de dez anos, a artista manauara Keila Sankofa desenvolve sua pesquisa artística em diversas linguagens: fotografia, performance, autorretrato, cinema e videoinstalação. Keila pesquisa o espaço urbano e cria situações para seus trabalhos acontecerem no cotidiano da cidade, possibilitando relações horizontais entre o público e a obra.

Foto: Daniela Parampal.

“Aqui” (2014)

Na videoinstalação “Aqui”, Keila leva para o calçadão televisores de tubo sobre caixotes. Nessas TVs é apresentada uma produção audiovisual em formato documental, onde travestis e gays contam sobre o cotidiano, família, sonhos e fazem reflexões comuns. As imagens foram captadas em um formato parecido com um retrato 3×4 e nas telas das TVs os rostos assumem dimensões próximas a dos transeuntes, o que gera uma proximidade maior, como se a pessoa estivesse ali.

A cena construída na rua chama atenção dos passantes, que param para conhecer as histórias contadas e aqueles que as contam. Dessa forma, esses corpos invisibilizados, agredidos e ridicularizados rotineiramente pela sociedade, podem ser verdadeiramente vistos e ouvidos.

“Ancestralidade de Terra e Planta” (2018/2021)

“Ancestralidade de Terra e Planta” é uma série de trabalhos nos quais Keila coloca seu corpo preto, carregado de memórias, em ação. Ocupando vias públicas ela se benze com as plantas, se banha de terra, enterra seus pés, coloca plantas sobre partes de seu corpo e molha ramos de folhas na água. Esses movimentos nos fazem lembrar a tradição das raizeiras e benzedeiras, dos sábios e sábias, da memória ancestral que vem da África e dos povos originários. Reconecta com a cura que nasce da terra. 

A série ganha forma em fotografias, videoperformance e instalação urbana. Sobre “Ancestralidade de Terra e Planta”, Keila diz que o ato de enterrar-se é a simbologia da conexão com a ancestralidade e seus conhecimentos que não foram totalmente perdidos. 

Foto: Daniela Parampal.

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Na próxima publicação, nosso convite continua em aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as redes sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!

Sobre as autoras:

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.