J) Juliana Gontijo

Palavras-chave: riscos, mapas, Juliana Gontijo.

Bora falar de arte?

Iris Helena, artista que cria a partir da observação das ações do tempo sobre ruínas e transformações, foi tema da publicação passada. Hoje, vamos falar sobre Juliana Gontijo e seus riscos.

Juliana Gontijo

Juliana Gontijo é uma artista belo-horizontina que transita entre as linguagens. Pintura, desenho, fotografia, vídeo e escrita compõem seus projetos, cujas pesquisas abordam o território, a imagem, a palavra e o corpo. 

Processo

Dentro do processo de criação da artista, a viagem para o Norte do país foi notadamente marcante, pois alterou sua percepção corporal e espacial. O deslocamento, o espaço e o território se unem na pesquisa da artista, uma vez que essas noções são traçadas nas imagens, nas palavras e no corpo de Juliana como mapas moventes que alargam as fronteiras diante de um novo desvio, de uma nova rota e de um novo gesto.

É nessa perspectiva que o projeto “O Risco” (2019) surge, pensando em pequenos desvios, em paisagens, em mapas que nos compõem, nas rotas que traçamos e nas fronteiras que movimentamos. Dentro de uma galeria, a artista inscreve seus traços. Linhas pintadas na parede que se encontram com a pintura em seus quadros. E como se fossem outros mapas, essas pinturas na tela que se expandem para as paredes riscam sobre o branco da galeria os traços da matéria sensível da experiência da artista: suas viagens, memórias e deslocamentos. “O Risco” que compõe paisagens, imagens e escritas surge desse encontro de camadas da experiência física e sensível do corpo e de suas dimensões estéticas e políticas.   

O território e a territorialidade. Dentro da complexidade dos conceitos é bom compreender, em um sentido superficial, que o território é um espaço constituído pela ação de um sujeito, enquanto territorialidade é a qualidade significativa que o território ganha, que pode ser compreendida a partir do uso, da ocupação e da identificação de uma comunidade social frente a um ambiente biofísico.

Fotomontagem: Mara Tavares.

A partir disso, que tal refletir sobre que territórios e territorialidades podemos deslocar no campo das artes? Que fronteiras podemos reconfigurar na sociedade ou em nós mesmos? Sobre que rastros traçamos nossos mapas? 

Além do projeto “O Risco” (2019), Juliana Gontijo expôs o trabalho “SISMO” no Palácio das Artes pelo Edital de Ocupação 2018.

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Na próxima publicação, nosso convite continua aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as mídias sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!

Sobre as autoras:

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.