L) Luciana Magno

Palavras-chave: performance, Amazônia, Luciana Magno.

Bora falar de arte?

Seguindo nossas pesquisas sobre artistas da arte contemporânea, esta semana vamos acrescentar a letra “L”, de Luciana Magno, ao nosso inventário. Na publicação anterior, apresentamos Keila Sankofa e sua pesquisa sobre espaços urbanos e possibilidades no cotidiano.

Luciana Magno

Luciana Magno, natural da cidade de Belém, do Estado do Pará na região Norte, desenvolve seus projetos artísticos voltados para performances que são orientadas para os suportes da fotografia e do vídeo. Suas pesquisas investigam as potencialidades de um corpo atuando na natureza, integrado à paisagem. A artista faz um mapeamento de como interagimos com o meio ambiente, especialmente em relação às formas de utilização de seus recursos.

Processos e projetos 

Em seus processos criativos, Luciana Magno promove uma condição poética através da qual podemos conhecer outras narrativas sobre o país, em especial sobre a região amazônica.

Com um corpo de um metro e meio, Luciana tem em seus cabelos longos um elemento que passou a agregar seus projetos.”Figueira Selvagem” (2014), “Transamazônica” (2014), “A iminência do lodo” (2014), “Serra Pelada” (2014) e “Ci” (2016) são alguns dos trabalhos nos quais seus cabelos ganham força plástica, como um ser que cresce silenciosamente e gera matéria sensível em sua poética. 

A presença desse corpo em espaços como o ocupado por árvores ancestrais; o interior da mata aberta pelo progresso; nos rios com suas vidas e fluxos; nos vestígios de um garimpo; ou, ainda, enredada em estórias trançadas em seus cabelos, evidencia tensões, suavidades e sutilezas em uma trajetória artística que aborda questões sociais, políticas e estéticas.

Como se pensar natureza? 

No vídeo “O silêncio ancorava as asas: ser pedra precisa de prática” (2015), temos em um ambiente de praia com céu azul, um corpo desnudo com os cabelos longos e soltos sentado em uma pedra centralizada. Nesse vídeo, Luciana constrói uma conexão com a paisagem por meio do corpo estático, gerando uma dimensão meditativa. Um corpo que afirma a presença da natureza. Um encontro entre matérias distintas: uma orgânica (o corpo) e outra mineral (a pedra). Exercício poético que propõe um pensamento de incorporação entre esses elementos num processo de transmutação, numa tentativa desse corpo ser pedra, retornando a um ciclo de outra temporalidade, de outro espaço e de outra volta à natureza.

Fotos: Mara Tavares.

Acompanhe Luciana Magno em sua conta no Instagram.

Na próxima publicação, nosso convite continua aberto: ‒ Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as mídias sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!

Sobre as autoras:

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart — FCS.

Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart — FCS.