Q) Qualquer Quoletivo

Palavras-chave: Qualquer Quoletivo, dossiê e Amazônia.

Bora falar de arte?

Na última publicação, apresentamos o coletivo Poro, que trabalha questões do cotidiano da cidade criando intervenções efêmeras e poéticas. Seguiremos nossa conversa conhecendo mais um coletivo de artistas, o Qualquer Quoletivo.

Qualquer Quoletivo

O Qualquer Quoletivo reúne artistas desde 2009 na cidade de Belém. Seu ponto de partida é repensar a Amazônia e as formas de se estar nela. Sem membros fixos, o grupo ocupa diferentes meios, sem se limitar às artes visuais, propondo vivências, rituais, publicações, produções literárias e tecnológicas. Coletar histórias reais da região amazônica e ao mesmo tempo criar ficções poéticas e políticas são práticas presentes na produção do coletivo. 

Colagem: Daniela Parampal

Dossiê: por uma cartografia crítica da Amazônia (2012)

Um dossiê é o conjunto de documentos relevantes que podem contar a vida – ou parte dela – de uma pessoa, coletivo ou lugar. “Dossiê: por uma cartografia crítica da Amazônia” é um mapeamento poético produzido pelo Qualquer Quoletivo para contar uma outra possível cartografia da Amazônia. A construção desse dossiê é resultado de um processo desenvolvido e apoiado por uma rede composta por artistas, pesquisadores, ativistas e organizações, ampliando assim o debate sobre arte, tecnologias e relações entre poder e espaço geográfico na região da Amazônia. O dossiê é composto de três partes: publicação, vídeos e mapa com linha do tempo da região em questão.

Colagem: Daniela Parampal

A publicação “Dossiê: por uma cartografia crítica da Amazônia-recorte/processo sobre arte, política e tecnologias possíveis” apresenta produções que indicam a rota escolhida para a história contada, pontos geográficos e interações em torno da arte e das tecnologias na região amazônica. “Prólogo: perigoso e divertido”, “A vontade de potência ≠ vontade de poder”, “Estamos em greve”, “Redes locais, autonomia” e “Epílogo: entre ruas e rios”. Esses são os nomes de cada parte da publicação que, por imagens, textos, mapas e processos, nos apresenta a política e a poética ficcionalizando o real e apresentando novas formas de pensar a história e a arte até então. Ao fim da publicação lê-se: “esta é uma obra ficcional, qualquer coincidência é mera semelhança”.

A mesma divisão em cinco partes, e com os mesmos nomes, aparece nas colagens videográficas. A série, intitulada Remix Texturas, mostra como se vive e se enxerga a Amazônia apropriando-se de imagens de filmes, midiáticas, publicitárias e produções populares.

Mapazônia é um mapa poético e político de todo o processo que constitui o “Dossiê: por uma cartografia crítica da Amazônia”. Sua forma materializa o discurso construído nos textos e vídeos. O mapa narra o espaço geográfico, físico, afetivo, visual e invisível da região amazônica. 

Ao buscar o fio narrativo nas colagens videográficas, ao se reconhecer nos textos e imagens da publicação ou ao caminhar pelo mapa a ser desbravado, a coletânea de materiais produzidos pelo Qualquer Quoletivo coloca o espectador diante de um universo a ser descoberto.

Colagem: Daniela Parampal

Já pensou em fazer um dossiê de algo que seja importante para você?

Na próxima publicação, nosso convite continua em aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as redes sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!

Sobre as autoras:

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.