Valorizando a identidade!

Se você fosse fazer um retrato de si mesmo, como seria? Será que você se enxerga e se representa como realmente é? Na história de hoje, do curta-metragem “Ana”, a protagonista recebe a tarefa de criar um autorretrato. Pode até parecer uma atividade simples, mas você vai descobrir que não é tão fácil assim. Confira o filme:

Ficha técnica

Filme: ANA
Local: Santos, SP, Brasil
Ano: 2017
Duração: 16 minutos
Direção: Vitória Felipe dos Santos
Roteiro: Claudio Maneja Jr, Isabella Rosa e Nicolle Ferreira
Produção executiva: Thais Badim
Direção de produção: Alexia Cassiano
Direção de fotografia: Raphael Cappello
Concepção sonora: Lucas Ribeiro
Direção de arte: Julia Rojas
Montagem: Bianca Stenzel
Trilha musical: Coletivo Teremin – Lobo Estudio, Bruno Bortoloto, Guilherme Barros Jota Amaral, Marcos dos Santos, Muniz Crespo, Nancy Ramacciotti e Thiago Santos
Elenco: Ana Maria Linx, Clarisse Mujinga, Guilherme Dib, Rosane Paulo, Laura Gibbons Barbosa, Claudynha Torres, Miriam Vieira e Vanusa de Santis
Realização: Instituto Querô
Coprodução: APAN – Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro

Para refletir:

O curta que assistimos apresenta como protagonistas uma criança brasileira, Ana, e uma adulta estrangeira, Jeannette. Ana é uma menina que não se reconhece como negra, apesar de sofrer racismo por parte de seus colegas, que riem de seu cabelo. Quando a professora pede para os alunos fazerem um autorretrato, ela se representa como alguém branca, loira, de olhos azuis.

Imagem: Divulgação

No Brasil, Jeannette é uma imigrante (pessoa que vem de outro país), refugiada do país africano República Democrática do Congo. Em alguns momentos do curta vemos Jeannette falando em francês, um dos idiomas oficiais do Congo. Apesar de trabalhar como faxineira na escola de Ana, ela era professora em seu país de origem, do qual teve que sair por algum motivo.

Mesmo com as diferenças de geração, nacionalidade e idioma, Ana e Jeannette se unem no que possuem em comum. Em pouco tempo, Jeannette ganha a confiança de Ana, ajudando a menina a se identificar com suas características físicas, a aprender a olhar com carinho para quem ela é, a soltar os cabelos e a se desenhar negra.

Imagem: Divulgação

Aqui, no Cineminha On-line, já falamos algumas vezes sobre a importância de respeitar o outro e a si mesmo, abordando questões ligadas ao racismo, por meio dos curtas Imagine uma menina com cabelos de Brasil… e Transições, publicados respectivamente em novembro de 2020 e de 2022. Esse é um assunto que precisa ser tratado o ano todo, mas sabe por que escolhemos fazer isso exatamente nesse mês? Porque o dia 20 de novembro é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Oficializada pela então presidente Dilma Rousseff em 2011 (Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011), a data vem de reflexões, pesquisas e reivindicações iniciadas em 1971 por um grupo de jovens negros do Rio Grande do Sul. A data foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares (1655-1695), líder do maior quilombo do Brasil, o Quilombo dos Palmares, um espaço de resistência que abrigava escravizados que fugiam das fazendas em busca de liberdade.

Atividade:

No curta-metragem podemos ver Ana criando um autorretrato por meio do desenho. Você já fez um? Sabia que dá para fazer de muitas maneiras e não somente desenhando? Fotografia, escultura, pintura, fala e texto são algumas das possibilidades. Desta vez, a nossa sugestão é fazer um autorretrato escrito! Você pode colocar em palavras suas características físicas, sua personalidade e seus gostos. Caso ainda não saiba escrever, você pode pedir ajuda a um adulto. O legal dessa atividade é guardar o texto para ler daqui a um tempo ou até mesmo refazer a atividade, reparando no que mudou, tanto em você quanto na forma de se enxergar.

Imagem: Ana Emerich

Se quiser, você pode compartilhar seu autorretrato escrito com a gente! É só publicar em suas redes sociais usando as hashtags #cineminhaonline, #educativofcs e também @fcs.palaciodasartes no Instagram.

Referências:

ALVES, Felipe Silva. 20 de novembro: Três motivos para o dia da consciência negra. In: Portal Geledés. Publicado em: 20 nov. 2020. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/20-de-novembro-tres-motivos-para-o-dia-da-consciencia-negra>. Acesso em: 20 nov. 2022.

BAPTISTA, Rodrigo. Dia da Consciência Negra, 50 anos: liberdade conquistada, não concedida. In: Agência Senado. Publicado em: 18 nov. 2021. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/11/dia-da-consciencia-negra-50-anos-liberdade-conquistada-nao-concedida>. Acesso em: 20 nov. 2022.

Sobre as autoras:

Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino/MG, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, professora da Rede Municipal de Educação/BH, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.