Uma pequena criatura feita de barro ganha vida, a partir da animação, e tenta sobreviver em um ambiente cheio de desafios. Assista ao curta-metragem “Poética de Barro”:
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Ficha técnica
Filme: Poética de Barro
Local: Belo Horizonte, MG, Brasil
Ano: 2019
Duração: 6 minutos
Roteiro, direção e produção: Giuliana Danza
Storyboard e animatic: Levi Magalhães
Personagens e cenários: Giuliana Danza
Assistência de personagens e cenários: Jackson Abacatu e Levi Magalhães
Fotografia: Giuliana Danza e Levi Magalhães
Animação de argila: Giuliana Danza, Jackson Abacatu e Levi Magalhães
Animação de massinha sobre vidro iluminado: Diego Akel
Edição e correção de cor: Beto Mundim
Composição: Daniel Ferretti
Rotoscopia: Giovanna Simão
Título: Deise Lino
Trilha sonora original e desenho de som: Jackson Abacatu
Captação, mixagem e masterização: Rodrigo Lana
Consultoria: Ricardo Alves Júnior
Curiosidades:
Você observou com atenção o curta-metragem que acabou de assistir? Percebeu que os personagens são feitos de barro? Se reparar, vai ver que existem marcas de dedos neles! Isso nos mostra que existe um trabalho manual por trás da criação, que eles não foram feitos em uma grande fábrica, por máquinas, mas por mãos humanas, um de cada vez, de maneira artesanal. A própria técnica do filme, a forma como ele foi feito, que é a animação em stop motion, é um processo manual, com muitas etapas, que exige tempo e paciência. Para que as formas ganhem vida, são feitas várias fotos com pequenas mudanças na posição de cada elemento entre um registro e outro. Quando as fotos são exibidas em sequência, em uma certa velocidade, temos a ilusão de movimento.
O barro usado no filme, também conhecido como argila, foi retirado de uma região no estado de Minas Gerais muito conhecida por ter uma rica e variada cultura, que é o Vale do Jequitinhonha. O filme é inspirado no trabalho de artistas e artesãos que usam o barro e o transformam em peças de cerâmica, que é o resultado da queima dele em um forno adequado. Com esse material é possível criar peças em diversos formatos, para diferentes usos. Também existe uma grande variedade de cores de barro, que pode ser usado inclusive para fazer tinta!
O filme não possui falas, mas os sons também ajudam a contar a história e têm tudo a ver com as imagens, pois foram feitos com instrumentos de cerâmica.
Para refletir:
Essa forma especial que os artesãos do Vale do Jequitinhonha têm de produzir o artesanato em barro é tão importante que foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial do estado de Minas Gerais. Isso quer dizer que ela faz parte de um conjunto de práticas e de saberes que são exercidos e ensinados há muito tempo e estão ligadas às formas de se expressar de um povo, ao seu jeito de “se colocar no mundo”, de criar e de viver.
Em publicações anteriores do Cineminha On-line já falamos sobre a importância de se preservar algumas tradições culturais, como danças, músicas, brincadeiras e outras manifestações populares, importantes para a manutenção da nossa memória. Vamos relembrar?
O curta “Disque Quilombola” nos apresentou brincadeiras e brinquedos tradicionais feitos por crianças em uma comunidade quilombola do Espírito Santo. Para acessar a publicação, clique aqui.
Em “Meninos e Reis”, conhecemos o Reisado, uma festa tradicional que é considerada patrimônio imaterial do Ceará. Para acessar a publicação, clique aqui.
Em “O Samba Daqui”, vimos a capoeira, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio cultural imaterial da humanidade, e também os sambaquis, que são patrimônios arqueológicos. Para acessar a publicação, clique aqui.
“No Fim da Trama” nos mostra uma dança tradicional, o “pau de fitas”, que é patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. Para acessar a publicação, clique aqui.
Para saber mais:
Acesse a publicação do Criarte “A arte popular como patrimônio cultural imaterial” para conferir imagens e outras informações sobre o artesanato de barro do Vale do Jequitinhonha.
Sobre as autoras:
Ana Luiza Emerich é licenciada em Artes Visuais, mestra em Artes, professora da Rede Estadual de Ensino, professora e mediadora na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.
Naiara Rocha é bacharel e licenciada em Artes Visuais, graduada em Pedagogia, professora da Rede Municipal de Educação/BH, mediadora e professora na Escola de Artes Visuais e na Escola de Tecnologia da Cena do Cefart – FCS.