Cia. de Dança realiza conversa virtual sobre o tema “Direções Compartilhadas: Desafios e Possibilidades”

Exibição por meio do YouTube da Fundação Clóvis Salgado | YouTube.com/palaciodasartesmg

Espetáculo PRIMEIRAPESSOADOPLURAL, da Cia. de Dança Palácio das Artes | Crédito: Netun Lima

Há 20 anos, a Cia. de Dança Palácio das Artes optou por romper com a linguagem clássica e seguir o caminho artístico fundamentado na transdisciplinaridade, na cocriação dos bailarinos, na pesquisa e na investigação. Uma decisão que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da diversidade e da coletividade do trabalho da Cia. de Dança e proporcionou experimentações pouco usuais, como a utilização de dois diretores criando o mesmo espetáculo.

E é justamente esse tema que será abordado na edição do mês de novembro do projeto ENCONTRO COM A CIA – Série Repertórios CDPA 50 anos, ou seja, o compartilhamento da direção de um mesmo espetáculo de dança contemporânea entre dois profissionais. O bate-papo virtual acontecerá ao vivo, no dia 25 de novembro (quarta-feira), às 20h, no canal do YouTube da FCS. Esse evento integra a programação do Palácio em sua Companhia e tem a correalização da Appa Arte e Cultura.

De acordo com Cristiano Reis, diretor da Cia. de Dança Palácio das Artes, o intuito é refletir e discutir sobre as práticas de criação da CDPA. “Esse Encontro é muito específico porque ele vai tratar de dois espetáculos nossos que tiveram direções compartilhadas por dois coreógrafos, no caso, o PRIMEIRAPESSOADOPLURAL, de 2015, e Nuvens de Barro, de 2016. Os espetáculos serão o pano de fundo da conversa, mas não serão as temáticas principais, uma vez que a ideia é falar sobre as práticas criativas”, revela Cristiano.

A curadoria e a mediação do ENCONTRO COM A CIA – REPERTÓRIOS CDPA 50 anos é assinada por Cristiano Reis, que, para a edição de novembro, convidou os coreógrafos Jorge Garcia e Tuca Pinheiro, diretores de PRIMEIRAPESSOADOPLURAL, além de Fernando Martins e Joaquim Elias, que, em parceria, dirigiram “Nuvens de Barro”.

“Eu quis provocar o lugar da direção. E o trabalho entre dois diretores é uma forma de ampliação das possibilidades de negociação, de olhar crítico, da reafirmação dos conceitos e de buscar melhores resoluções. No campo da discussão entre o diretor e os bailarinos surgiu o terceiro elemento, ou seja, o segundo diretor, que reforça a importância de considerar o olhar do outro, quebrando a dualidade”, explica Cristiano.

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.