FORUMDOC BH
22/11/18 - 02/12/18Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Avenida Afonso Pena | 1.537 | Centro /// FAFICH - UFMG| Av. Pres. Antônio Carlos | 6627 | Pampulha
O Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte, que acontece de 22 de novembro a 02 de dezembro, trará produções e temáticas diversificadas para debater questões em torno da relação entre cinema brasileiro e afro-religiosidade, bem como colocar em debate a realização recente através de suas mostras contemporâneas Brasileira e Internacional. Destaque para as sessões especiais que contarão com filmes premiados nacional e internacionalmente: Temporada (dirigido por André Novais Oliveira, Brasil,113′, 2018) e Chuva é cantoria na aldeia dos mortos (dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora, Brasil/ Portugal, 114′, 2018).
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Dando continuidade ao seu tradicional escopo (exibir, debater e colocar em evidência produções que abordam diversas perspectivas autorais e culturais), o forumdoc.bh volta a apresentar uma programação intensa comemorando 22 duas edições consecutivas. Realizado pelo coletivo Filmes de Quintal, com participação dos programas de pós graduação em Antropologia e Comunicação da UFMG, o festival será realizado entre os dias 22 de novembro e 02 de dezembro no Cine Humberto Mauro/Palácio das Artes e FAFICH/UFMG, com sessões de cinema gratuitas, além do seu tradicional fórum de debates que compreende sessões comentadas e um seminário associado à mostra principal e ao VII Colóquio Cinema, Estética e Política. Esta edição proporcionará ao público a exibição de mais de 60 filmes documentais e obras que com este gênero dialogam. A programação se organiza em três mostras: Ebó Ejé – Cinema Brasileiro e Afro-religiões, com 24 filmes; Mostra Contemporânea Brasileira, com 23 filmes, e Mostra Contemporânea Internacional, com 12 filmes, além de Sessões Especiais, com 6 produções, além de um Seminário/Colóquio com 6 encontros.
Na sessão de Abertura, dia 22 de novembro, quinta-feira, às 19h30, será exibido o curta Abá (4’, 1992), com direção de Raquel Gerber, Cristina Amaral, e o longa Orí (91’, 1989/2009), de Raquel Gerber, ambos integrantes da mostra temática. A sessão será comentada pelas realizadoras Cristina Amaral, Raquel Gerber e a liderança Makota Valdina.
A Mostra Ebó Ejé: Cinema Brasileiro e Afro-religiões, pretende discutir as diversas modalidades de representação das religiões de matrizes africanas no cinema brasileiro moderno e contemporâneo. O objetivo é construir uma espécie de história possível do cinema aqui realizado, levando-se em conta as mais representativas formas de figuração da presença do negro em nossa sociedade. Os filmes como testemunhas do poder das cosmologias em questão em constituírem-se como figurações das relações raciais – bem como das relações de poder e opressão no Brasil. Nossa proposta curatorial pretendeu associar documentários e ficções, realizando uma espécie de corte vertical que atravessa as últimas cinco décadas de produção cinematográfica, tendo como foco trabalhos que filmam ações, performances e espaços interiores, tais como os ritos e os locais onde se desenrolam. A curadoria buscou obras que privilegiam um olhar interior às comunidades e povos de terreiro, em sua pluralidade de expressões. Destacamos as seguintes sessões comentadas: exibição de Jubiabá (1987, exibição em 35mm), de Nelson Pereira dos Santos, que contará com debate com o professor carioca Hernani Heffner; Exu mangueira (1974), seguido de debate com o realizador Jom Tob Azulay; e Egungun (1982, Carlos Brajsblat) comentada pela liderança Nilsia Lourdes dos Santos.
Já a Mostra Contemporânea Internacional, composta por 12 títulos, é resultado de pesquisa nas principais esferas de exibição cinematográficas internacionais. Essa metodologia de pesquisa procura ampliar o escopo da nossa programação estrangeira, possibilitando que obras cruciais, de cineastas estreantes ou notórios, cheguem à cidade. Ela é fruto do desejo de abarcar contextos díspares na busca por múltiplos caminhos para se pensar o cinema hoje. Seria redutor englobar filmes tão distintos sob uma mesma linha norteadora, seja ela um guarda-chuva temático ou um único regime de enunciação. No entanto, a costura que talvez nos permitiu agrupá-los numa mesma mostra reside justamente nos seus gestos particulares de criação: o que cada um apresenta de singular em termos de invenção de formas, na lida com os sons e imagens que atravessam a relação com um “’real” documentado, recontado, filmicamente inventado. Da mostra, destacamos os filmes: Gens du lac (18′, 2018, Gente do lago), novo curta do consagrado diretor francês Jean-Marie Straub; Kinshasa Makambo (75’, 2018) que retrata a luta por eleições livres na República Democrática do Congo; Futebol Infinito (70’, 2018, Dieudo Hamadi), documentário do influente diretor romeno Corneliu Porumboiu; e Espécies selvagens (Wild relatives, 70’, 2018) da palestina Jumana Manna, que aborda as transações de sementes entre locais díspares do planeta.
As Sessões Especiais do festival trazem importantes estreias na cidade: o premiado Temporada, do cineasta natural de Contagem André Novais Oliveira, (113′, 2018), exibido no Festival de Locarno deste ano e vencedor do 51º Festival de Brasília; Chuva é cantoria na aldeia dos mortos (114′, 2018), co-produção Brasil/Portugal, realizada por João Salaviza e Renée Nader Messora na aldeia Krahô de Pedra Branca, premiada no Festival de Cannes e Festival Internacional do Rio em 2018; o documentário musical capixaba Diante dos meus olhos (81’, 2018) dirigido por André Félix; e os longas ficcionais de três diretores de Belo Horizonte: Baixo Centro (80’, 2018), de Ewerton Belico e Samuel Marotta; e Os Sonâmbulos (110’, 2018), de Tiago Mata Machado. Todas as sessões especiais são seguidas de debate com os realizadores.
Acompanha a mostra Ebó Ejé um Seminário que reunirá lideranças religiosas e políticas de comunidades de terreiro, cineastas e pesquisadores para debater a relação entre o cinema documentário brasileiro e as religiões de matriz africana, além dos modos de organização política e resistências negras no Brasil. Os encontros do seminário acontecem entre os dias 23 e 29 de novembro, sempre às 14h no Cine Humberto Mauro/Palácio das Artes. Nas manhãs dos dias 27 e 28 de novembro o forumdoc.bh também recebe a programação do VII Colóquio Cinema, Estética e Política (UFMG) que apresenta duas sessões comentadas por realizadores indígenas e uma mesa sobre arte, performance e afro-religiões. Dessa programação, destacamos o Encontro 2 de 26/11 às 14h, que promoverá uma conversa com três importantes lideranças religiosas/comunitárias e conhecedoras dos saberes tradicionais: Makota Valdina, que exerce a função religiosa de Makota no Terreiro Nzo Onimboyá, em Salvador/BA; Makota Kidoiale, representante do Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango (Sta Efigênia/BH); e Mestra Pedrina de Lourdes Santos, capitã da Guarda de Moçambique de Nossa Senhora das Mercês de Oliveira, MG. Serão abertas inscrições online para o seminário/colóquio no site do festival até 21/11; número de vagas sujeito à lotação do espaço.
CONTATOS
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Carla Italiano (31) 99380-0727 – Programação/Mostra Internacional
Ewerton Belico (31) 994541267 – Mostra Ebó Ejé – Cinema Brasileiro e Afro-religiões
Tatiana Carvalho (31) 99136-9590 – Mostra Brasileira
Layla Braz (31) 99489-5683- Mostra Brasileira
Informações
Local
Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes | Avenida Afonso Pena | 1.537 | Centro /// FAFICH - UFMG| Av. Pres. Antônio Carlos | 6627 | Pampulha
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