"CURTA NO ALMOÇO” | exibições de filmes em curta-metragem no Cine Humberto Mauro

Cine Humberto Mauro - Av. Afonso Pena, 1537 - Centro, Belo Horizonte

A expressão “Curta no almoço” pode ser entendida como um conselho, um encorajamento para que alguém aproveite bem alguma atividade no interlúdio entre a manhã e a tarde. Mas “CURTA NO ALMOÇO” também é o nome do programa de exibições de filmes em curta-metragem que volta a atrair o público presencial para o Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes. Sentidos que se combinam e traduzem um dos principais objetivos da iniciativa: oferecer uma programação gratuita em um horário alternativo.

Entre os dias 03 e 24 de junho, todas as sextas-feiras, sempre às 13h, os espectadores do Cine poderão assistir a oito obras que fizeram parte da seleção do 23º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, dentre elas vários que foram premiadas no evento. Os ingressos para os filmes serão distribuídos na bilheteria do Cine Humberto Mauro antes de cada sessão.

SINOPSES DOS FILMES

 

PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA

Para o primeiro mês de programação, o “Curta no Almoço” irá apresentar os filmes premiados nas Competitivas Brasil e Minas, além do vencedor do Júri Popular. Cada sessão trará um título premiado em diálogo com outra obra exibida na programação do FestCurtasBH em novembro de 2021, quando foram apresentados mais de cem filmes de vários países.

Após um longo período de tempo acontecendo em formato virtual, o programa “Curta no Almoço” retorna buscando atrair o público do entorno do Palácio das Artes e até mesmo os próprios funcionários da Fundação Clóvis Salgado para exibições de obras contemporâneas de curta-metragem. Além disso, a atração serve como preparativo para as ações do 24º FestCurtasBH, que será realizado entre 14 e 23 de outubro de 2022.

Com a volta das sessões presenciais, o público poderá também acompanhar os textos produzidos durante a oficina “Corpo Crítico”, parte integrante da programação do FestCurtasBH. Em sua 4ª edição, críticos e pesquisadores de todo o país produziram diversos textos e análises das obras exibidas durante o último Festival, que agora serão reapresentadas na programação especial. O resultado desta produção está no site do FestCurtasBH, na seção “Corpo Crítico” (4ª edição, 2021).

Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o programa “Curta no Almoço”, que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, Instituto Unimed-BH¹, AngloGold Ashanti e Usiminas por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, além do apoio cultural do Instituto Hermes Pardini.

¹O patrocínio do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

Segundo Matheus Antunes, produtor do Cine Humberto Mauro e curador do “Curta no Almoço”, a programação abre a itinerância do Festival, que inclui exibições tanto no cinema do Palácio das Artes quanto em cineclubes e salas de outras cidades do estado. “O FestCurtasBH do ano passado aconteceu com ocupação limitada, e agora a sala voltou à capacidade total. Então é uma oportunidade do público que não conseguiu ver os filmes presencialmente poder acompanhar a seleção”, ressalta.

Matheus conta que, durante o processo de curadoria, foi pensado um diálogo entre os filmes, mas que existe também uma ideia de reviver as obras que venceram a competição do ano passado. A cada sessão, ele detalha, serão apresentados curtas cujas temáticas são atravessadas por algum elemento comum. “Na primeira sessão vamos ter filmes que tratam de relações interpessoais com o corpo, com o amor. No segundo dia as duas obras estão mais focadas na questão da memória, no registro fotográfico ou na ausência dele. Na outra semana os curtas que vão ser exibidos enfatizam a relação com espaço da juventude, então os filmes trazem uma reflexão sobre esses lugares e inquietações dos jovens. E por fim, na última sessão, entram os filmes que lidam com a questão da ancestralidade”, descreve.

O destaque fica por conta dos filmes premiados no FestCurtasBH de 2021. A programação começa no dia 03 de junho com um deles, o curta paranaense Você já tentou olhar nos meus olhos?, dirigido por Tiago Felipe em 2020 e vencedor do prêmio de Melhor Filme da Competitiva Brasil. “Por meio de uma sugestiva e sensível construção cinematográfica que se contrapõe a qualquer exibicionismo, o filme propõe uma representação de uma relação líquida. Articulando bem e com muito tato forma e conteúdo, a obra questiona o desejo e a objetivação do outro em relações sexuais de uma forma inventiva e poética”, sublinhou o Júri do Festival no texto oficial divulgado à época da exibição do curta.

Na semana seguinte, o público vai assistir ao ganhador do prêmio Melhor Filme da Competitiva Minas, Para as Gerações que Vieram Antes de Mim, lançado em 2021. Segundo o Júri do Festival, “o curta de Filipe Bretas Lucas aposta numa espécie de ciclicidade quando escava, exibe e compartilha os arquivos de sua família. […] São apresentados os fragmentos de uma busca que, mesmo fazendo-se pessoal, ressoa nas histórias compartilhadas por diversas famílias negras brasileiras. O filme concentra em si temas caros presentes em muitas das obras trazidas ao Festival. E ainda nos lembra, com a generosa partilha dessa intimidade, a força de se abrir para o público”.

Ano 2020, dirigido pelo coletivo Olhares (Im)Possíveis em meio ao primeiro ano da pandemia, será exibido no dia 17 de junho. O curta mineiro venceu o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular do 23º FestCurtasBH. A obra reflete a vivência de adolescentes moradores da cidade de Ouro Preto, durante o período de isolamento social devido à pandemia de COVID-19, através de imagens produzidas em conjunto, trazendo ao filme uma perspectiva de coletivo.

E, fechando a programação de junho, a última sessão vai trazer o filme Yãy tu nũnãhã payexop: Encontro de pajés, de 2021, realizado por Sueli Maxakali. A obra recebeu Menção Honrosa da Competitiva Brasil. “Com uma temporalidade específica, o filme é um importante registro das formas culturais de resistência e sobrevivência indígenas à pandemia de COVID-19 no Brasil, que já matou mais de 600 mil pessoas e afetou camadas raciais e sociais da população brasileira de formas distintas”, salienta o texto do Júri.

Sara Paoliello, produtora do Cine Humberto Mauro, afirma que as sessões têm também uma dimensão de democratização do acesso a esses filmes, por serem obras curtas que podem ser vistas em poucos minutos em meio à rotina diária das pessoas. O curador Matheus Antunes complementa, ressaltando que “o Cine Humberto Mauro trabalha sempre com essa proposta de expansão do acesso aos filmes, até pelo fato de as sessões serem gratuitas”.