Enquanto Houver Vida | Montagem de Formatura da Escola de Teatro do Cefart

22/04/22 - 08/05/22

Sala João Ceschiatti, Palácio das Artes

Uma família se reúne para uma festa de aniversário em sua casa e, no decorrer do dia, segredos são revelados, memórias retomadas e relações familiares expostas. É a partir daí que se desenvolve todo o drama dos vários personagens que fazem parte do espetáculo “Enquanto houver Vida”, apresentação de formatura dos estudantes do Curso Técnico de Teatro do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado.

 

 

Dirigida pelas artistas convidadas Cláudia Assunção e Mariana Ruggiero, e escrita pela dramaturga Cris Moreira, a peça marca a retomada dos espetáculos de formatura dos estudantes da Escola de Teatro na Sala João Ceschiatti, com a presença de público. As apresentações acontecerão entre os dias 22 de abril e 08 de maio, de quinta a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h. Devido ao sucesso, haverá uma sessão extra no sábado, 7 de maio, às 18h.

 

A entrada é gratuita e os ingressos serão distribuídos na bilheteria do Palácio das Artes somente uma hora antes de cada apresentação. Cada pessoa poderá pegar um par de convites.

 

“Enquanto houver Vida” propõe à plateia uma experiência singular, a partir de um cenário realista e complexo, que remete a um espaço físico de uma casa, e uma abordagem que traz o olhar cinematográfico para o processo de construção da dramaturgia. A montagem gira em torno de uma festa onde os personagens, que precisam lidar com os reflexos da pandemia e conflitos entre gerações e ideologias, redescobrem lugares de afeto e encaram a saudade como forma de celebração.

 

 

Dentro deste contexto, o espectador poderá se identificar com a família de Rosa, a matriarca e organizadora da celebração. Além dela, há várias outras mulheres na peça. Desta forma, a presença feminina é muito forte e fundamental para o desenvolvimento da trama. E esta força não vem apenas da existência ou da quantidade, mas da própria personalidade das personagens.

 

 

Mariana Ruggiero, uma das diretoras do espetáculo e que no início de sua carreira se formou como atriz no Cefart, comenta que “a história trabalha relações familiares a partir das quais muitos segredos vão sendo desvendados. A peça conta com a estrutura de uma família em que as pessoas têm uma ligação de muita intimidade, e inclusive discutem isso. O motivo da comemoração é o que mais incomoda os personagens. É o primeiro encontro familiar pós-pandemia, e eles ainda estão entendendo como se abraçar, como se relacionar. O público vai se identificar”.

 

 

Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam o espetáculo “Enquanto Houver Vida”que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da CemigArcellorMittalInstituto Unimed-BH¹, AngloGold Ashanti e Usiminas por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, além do apoio cultural do Instituto Hermes Pardini.

1O patrocínio do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.

 

 

Construção de personagens

 

A montagem proporciona inúmeros momentos para que os formandos exercitem suas habilidades de interpretação e trabalhem a formação das personas que encarnarão no palco. Desta forma, as diretoras trouxeram as bases para que cada aluno construísse seu personagem.

 

 

Cláudia Assunção conta que ela e Mariana Ruggiero foram convocadas para assumir a condução da peça justamente em função da experiência que ambas construíram como atrizes tanto no teatro quanto no campo audiovisual: “Os alunos nos procuraram, movidos pelo desejo de querer trabalhar construção de personagem e texto, por essa nossa trajetória”. Mariana vai na mesma linha, e exalta a importância do texto e da preparação para o aprendizado dos atores: “Foi imprescindível que os atores pudessem aproveitar o que cabe dentro das artes cênicas. Nós [eu e a Cláudia] pedimos a um preparador para criar uma coreografia. Alguns atores dançam no palco. Outros cantam. Há também muito texto falado, uma vez que a presença da palavra para a formação do ator é fundamental e buscamos trabalhar isso”, defende.

 

 

Dio, atriz que interpreta Rosa, personagem central do enredo, revela como tem sido a experiência de trabalhar com as duas diretoras: “A Mariana tem uma potência muito grande na direção de cena, ela sabe trabalhar muito bem os corpos e as emoções. Já a Cláudia tem uma força transformadora, uma visão da experiência, da verdade no fazer teatral. O trabalho das duas é muito complementar. Essas características em conjunto potencializam o nosso desenvolvimento enquanto artistas”, opina.

 

 

Muito do que vai poder ser visto ao vivo na sala João Ceschiatti partiu também dos próprios atores em formação. A dramaturga Cris Moreira (egressa do Cefart) foi quem concebeu o esqueleto do texto. No entanto, durante o processo de criação da dramaturgia foi feito um trabalho de escuta e coleta de depoimentos e memórias dos atores. “O espetáculo não é um roteiro coletivo, mas muito do que está lá veio dos próprios atores. A visão dos alunos para o texto foi muito potente”, detalha Cláudia Assunção.

 

 

Carol Gomes, que dá vida a Dora, irmã da matriarca Rosa, caracteriza sua personagem como uma mulher muito determinada e que sabe o que quer. “Tem um pouco de mim na Dora. Por exemplo, a personagem possui a característica de ser alto astral assim como eu. Sobre o processo de composição, posso dizer que é desafiador, e que exige muita atenção e estudo”.

 

 

Pablo Xavier, ator que interpreta Carlos, namorado de Dora, acrescenta que, durante o processo de construção dos personagens, as diretoras falavam com muita frequência uma frase nos ensaios: “Elas diziam que o personagem é 50 por cento o ator e 50 por cento o próprio personagem. No caso do Carlos, é uma pessoa muito diferente de mim, e de todos ali naquela festa, que é o primeiro encontro dele com a família da namorada. Eu tentei achar coisas em comum, mas eu não concordava com ele em momento nenhum. O que me salvou foi pensar o objetivo dele na festa, que é o amor. Foi muito difícil”.

 

 

A Força do Cenário

 

O público que for à Sala João Ceschiatti, ao entrar no espaço e ver o cenário do espetáculo, que foi criado pela cenógrafa Carolina Gommes, terá a sensação de estar adentrando literalmente em uma casa. A sala, local do encontro familiar, fica no palco. Na plateia do lado direito localiza-se a varanda. Do lado esquerdo há uma rampa que leva para a cozinha. Os quartos, que normalmente são os cômodos mais íntimos de uma casa, ficam na parte de trás do teatro, onde o público só vai conseguir visualizar por meio dos vídeos que serão projetados durante a peça.

 

 

Mariana Ruggiero chama a atenção para a tentativa de aproximar a situação da família com a vida do público: “Nessa casa construída lá na Ceschiatti nós vamos trabalhar com cores muito quentes nos móveis, nos objetos. É uma família com a qual a gente facilmente se reconhece. É como se você fosse na casa da sua mãe, da sua tia. Ou seja, um lugar tipicamente mineiro. Os quartos têm um papel de parede de verdade. Acaba que essa parte de dentro é como se fosse uma locação de cinema bem realista”, adianta.

 

 

 

 

Olhar cinematográfico

 

Além do enredo repleto de surpresas, “Enquanto houver Vida” apresenta um diálogo forte entre o teatro e cinema. “A maioria dos espetáculos teatrais dimensiona o que já pode ser visto no palco. A proposta é criar uma comunicação diferente, um uso diferente da câmera. As janelas da casa que formam o cenário vão funcionar como se fossem telas, e as memórias gravadas externamente e projetadas durante o espetáculo vão trazer a família existindo para fora dali, não apenas no espeço do palco. Foi uma ideia na qual os alunos embarcaram”, comenta Cláudia.

 

 

A incorporação da linguagem cinematográfica não ficou só na montagem do espetáculo, mas também no processo de trabalho dos atores. Tanto que o elenco experienciou uma gravação, com direção de Sílvia Godinho (diretora de cinema convidada para conduzir essa parte audiovisual), num set de filmagem, em área externa, para construir cenas que vão compor a trama. Este material gravado será projetado também durante a peça, reproduzindo memórias dos integrantes da família.

 

 

Escola de Teatro do Cefart – Voltado para a formação de atores e atrizes, o Curso Técnico em Teatro do Cefart celebra 36 anos em 2022. Criado formalmente em 1986, o curso é validado pela Secretaria de Estado de Educação e tem reconhecimento nacional comprovado pela constante atuação dos alunos do Cefart em festivais nacionais e internacionais de teatro, nas programações de TV, no cinema (curtas e longas-metragens) e na formação de novos grupos. Sob a coordenação de Paulo Maffei e Rogério Araújo, o curso de teatro, que tem duração de três anos, também oferece aos alunos atividades extracurriculares de treinamento e pesquisa em técnicas específicas – alguns também abertos a coletivos e ex-alunos ligados ao Cefart, nas áreas de Trilha Sonora, Projetos Culturais, Teatro Físico e Performance, Máscaras, Técnica Vocal e Leitura Dramática, ministrados por corpo docente capacitado.

 

CLÁUDIA ASSUNÇÃO – nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. É atriz  formada em TEATRO pela UFMG. Atuou como bailarina profissional por vinte anos, com experiência em espetáculos musicais, como atriz e diretora. Sua estreia no cinema, como protagonista, aconteceu em 2009, no longa “O sol do meio dia”, de Eliane Caffe. Por esse trabalho, recebeu indicação para o prêmio de Melhor Atriz, no Festival de Cinema do Rio. Em seguida, atuou também nos longas “Hoje”, de Tata Amaral, “Não devore meu coração”, de Felipe Bragança, “Como nossos pais”, de Laís Bodanzky, e nos curtas “Marina não vai à praia”, de Cássio Pereira dos Santos, “O encontro”, de Marco Lafer, e “Assunto de família”, de Caru Alves de Souza. Com o curta “Tiros”, de Gabriel Izaguirre, recebeu o prêmio de Melhor Atriz, do Festival Curtas Santos. Seu último trabalho no cinema foi no longa “Macabro”, de Marcos Prado. Atualmente, aguarda a estréia do longa pernambucano “Paterno”, de Marcelo Lordello. Na TV trabalhou em diversas produções, entre elas estão FORÇA TAREFA, AVENIDA BRASIL, BOGGIE OGGIE, A DONA DO PEDAÇO e ÓRFÃOS DA TERRA, na TV Globo; e JESUS, na TV Record. Há mais de 15 anos se dedica ao audiovisual e pesquisa sobre o trabalho do ator no cinema. É preparadora de atores e idealizadora do projeto ATOR EM AÇÃO, ao lado da atriz Mariana Ruggiero, onde desenvolvem um trabalho de pesquisa com atores de todo o Brasil, desde 2017. Após a estréia do espetáculo ENQUANTO HOUVER VIDA, Claudia iniciará as gravações da próxima novela da RECORD, REIS.

 

MARIANA RUGGIERO é atriz, mineira, formada em TEATRO pelo CEFART, em Belo Horizonte, MG. Sua estréia no cinema é no longa-metragem PIEDADE (2021), do cineasta pernambucano, Claudio Assis, trabalho que já lhe rendeu o prêmio de MELHOR ATRIZ COADJUVANTE na 13a edição do Los Angeles Brazilian Film Festival, 2020. Ganhou também o prêmio de MELHOR ATRIZ no 3o Festival Manuel Padeiro (Pelotas, RS) com o curta-metragem SOBRE O RESTO DOS DIAS, exibido pelo Canal Brasil, em 2011. Na TV, está na 2a Temporada da série Carcereiros (Globoplay) onde trabalhou com diretores José Eduardo Belmonte e Aly Muritiba. Viveu também a personagem SOLIDÃO na série MEUS DIAS DE ROCK (Globoplay). Faz parte do elenco da série OLHAR INDISCRETO, que estará disponível pelo NETFLIX em 2022. Nos últimos dez anos se dedica ao audiovisual e pesquisa sobre o trabalho do ator no cinema. É preparadora de atores e idealizadora do projeto ATOR EM AÇÃO, ao lado da atriz Claudia Assunção, onde desenvolve um trabalho de pesquisa com atores de todo o Brasil, desde 2017. Atualmente, além de dirigir a montagem ENQUANTO HOUVE VIDA, está gravando a série NO MUNDO DA LUNA, que estreia ainda este ano na HBOMAX.

 

 

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO:

Elenco: Álisson Valentim, dévora mc, Diego Siqueira, Carol Gomes, Pablo Xavier, Cleide Matias, Dio, Letícia Angelo

Direção: Cláudia Assunção e Mariana Ruggiero

Assistente de direção: Juan Queiroz

Dramaturgia: Cris Moreira

Direção audiovisual: Silvia Godinho

Câmera: Leonardo Good God

Cenógrafa / Diretora de arte: Carolina Gommes

Assistentes de cenografia: Maria Clara Mariano, Laysla Araújo, Marion Kato, Marina Aravani, Carol Gomes, Felipe Valavez

Cenotécnicos: Helvécio Isabel e Igor Hermont

Figurino: Gabriela Domingues

Costureiras: Idea Atelie – Helena e Sol Zofiro

Assistente de figurino: Liz Silveira

Desenho de luz: Marina Arthuzzi

Assistente e operação de luz: Victor Santos

Operação de luz: Kaká Correa

Trilha sonora: Patrícia Bizzotto

Operação de trilha: Matheus Fleming

Preparadora vocal: Ana Hadad

Preparador corporal: Beto Militani

Diretor de movimento: Bruno Maracia

Coreografia: Bruno Maracia e Pablo Xavier

Maquiagem: Malu Falabella

Making of: Letícia Leão

Fotografia: Guto Muniz

Produção: Kaká Correa e Felipe Valavez

Apoio: Duda Michielini

Informações

Local

Sala João Ceschiatti, Palácio das Artes

Horário

Quinta a sábado, às 20h

 

Domingo, às 19h

Informações para o público

(31) 3236-7400