Tarcísio Badaró | "Deserto do Tempo"

21/07/22

Sala Juvenal Dias | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Crédito: Ethel Braga

Um jornalista que decidiu fazer música. Boa música, por sinal. Após lançar seu primeiro disco “Curiango” no ano passado, Tarcísio Badaró não perde tempo e já apresenta seu segundo álbum “Deserto do Tempo”, com show na sala Juvenal Dias, no Palácio das Artes, no dia 21 de julho, às 20h.

 

Bebendo nos clássicos do rock britânico e americano, principalmente das décadas de 60 e 70, as 15 músicas autorais mesclam elementos do folk, country e blues, com letras que refletem sobre o cotidiano do escritor e sua visão do mundo. “Este lançamento é uma continuação do anterior, mostra o começo deste caminho que eu estou trilhando. Mas é um disco mais experimental, abstrato e intimista”, comenta o artista.

 

A canção “Depois dos Temporais” foi apresentada previamente ao público, em outubro, e é caracterizada como a faixa mais pop do álbum. Agora, o destaque vai para “Deserto do Tempo”, um rock que dá nome ao disco, carregado de guitarras, e que fala sobre a cidade natal do artista (Minas Novas – uma pequena cidade histórica no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais) e sua relação de amor e despertencimento com ela. “Em termos de atmosfera musical, acredito que esse single é o que mais representa o meu som. Nós usamos instrumentos e equipamentos dos anos 60 para chegar a essa sonoridade e timbre que caracterizam o disco”, finaliza Tarcísio.

 

A produção musical é comandada por Leonardo Marques, conhecido por produzir bandas como Moons e Maglore, que também é responsável por tocar baixo, lap steel e percussão no disco. Tarcísio criou os arranjos em seu home studio, em São Paulo, dando o acabamento junto com o produtor no estúdio Ilha do Corvo, em Belo Horizonte, nos quinze dias de gravação. Os dois dividiram os instrumentos e contaram com convidados: Rodrigo Garcia (violoncelo), Ulisses Luciano (trompete), Richard Neves (piano) e Helton Lima (bateria).

 

Autor de dois livros-reportagem e jornalista investigativo dedicado a temas de direitos humanos, Tarcísio é quem assina a composição de todas as faixas, como já havia feito no primeiro disco. “Eu encaro o ato de compor como um exercício de escrita. Componho com a labuta de quem escreve um texto, uma reportagem ou um livro. Desde coisas cotidianas a reflexões interiores, tendo a minha visão jornalística impregnada em minhas composições”, conclui.

 

A capa do disco é uma obra do artista chileno Juan Pablo Mapeto, que mora no Brasil. A técnica de colagem foi criada sob uma visão artística na qual Mapeto desejava transmitir um sentimento de precariedade, tendo todo seu processo de criação realizado a partir de materiais reaproveitados de seu cotidiano. O artista já assinou outras capas, como da banda Vanguart.

 

Conheça o álbum “Deserto do Tempo”:

 

Deserto do Tempo: um rock com elementos do Southern Rock americano, que fala sobre a relação de amor e conflito do compositor com sua cidade natal (Minas Novas/MG).

Velho Amigo: um blues sobre amigos e fantasmas, que traz um elemento marcante no álbum: o lap steel. Boa parte de sua sonoridade se deve a um amplificador dos anos 50 usado na gravação.

Em sua beira: outra canção que fala de amizade, também com a presença do lap steel, gravado pelo produtor Leonardo Marques.

Sol da Madrugada: uma música mais atmosférica sobre amor, desamor, mar e efeito É a única em que o slide foi gravado na guitarra comum.

Dor Suave: é a faixa mais pesada e agitada do disco, uma composição sobre prostituição. Participação especial do trompetista Ulisses Luciano.

Todas as Palavras: uma balada folk bem pessoal, também com uma importante presença da guitarra slide.

Ilha de Malta: piano por Richard Neves (Pato Fu, Milton Nascimento, entre outros). Fala sobre as imigrações para Europa, fugas da guerra e fome na África e Oriente Médio.

Dos astros: um blues inspirado na onda astrológica-cósmica que parece ter afetado boa parte da juventude das capitais.

Depois dos Temporais: música mais pop, foi o single lançado antes do Participação especial de Ulisses Luciano no trompete.

Solidão é uma dor fácil de se acostumar: uma faixa lado B, um tanto psicodélica, com um longo solo de guitarra no início.

Outros Tempos: balada folk que parece ser sobre amor, mas não é. É a composição mais antiga do disco, escrita por volta de 2005.

É Impossível não te amar: balada romântica marcada pelo violoncelo de Rodrigo Garcia.

Tristeza Velho da Guerra: meio folk, meio country… É a única em que Tarcísio revela seu lado trovador, incluindo partes faladas na canção.

Fumaça: música mais country do disco, também inspirada na cidade natal do compositor.

Lagoa Quieta: canção sobre a aldeia Lagoa Quieta dos Guajajara, na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão.

 

Ficha Técnica:

 

Produzido, gravado, mixado e masterizado por Leonardo Marques, no estúdio Ilha do Corvo, em Belo Horizonte.

Tarcísio Badaró: voz, violão, guitarra, piano e teclado

Leonardo Marques: baixo, lap steel e percussão

Helton Lima: bateria

Rodrigo Garcia: violoncelo em “É Impossível não te Amar” e “Lagoa Quieta”

Ulisses Luciano: trompete em “Depois dos Temporais” e “Dor Suave”

Richard Neves: piano em “Ilha de Malta” e “Tristeza Velha de Guerra”

Capa: Juan Pablo Mapeto

Projeto Gráfico: Lucca Mezzacappa

Fotos de bastidores: Lucca Mezzacappa

Fotos de divulgação: Ethel Braga

 

Sobre Tarcísio Badaró:

 

Aos 35 anos, Tarcísio Badaró é escritor, jornalista, compositor e músico. Nascido em Minas Novas, Minas Gerais, cresceu sob influências musicais de seu pai, que é amante do rock e colecionador de vinil. Aprendeu a tocar guitarra ainda na infância e compõe desde a adolescência. Formou-se em comunicação social na UFMG, com especialização em Jornalismo Literário. Trabalhou nas redações da Rede Minas, Rede Record Minas e TV Globo Minas. Há cinco anos mudou-se para São Paulo, para atuar como jornalista investigativo, na TV Record. É repórter investigativo com foco em temas de direitos humanos no programa de documentários Câmera Record, além de ser colaborador de diversas publicações, entre elas a Revista Piauí. Lançou dois livros-reportagens: “Sobe e Desce na Guaicurus: pelas portas de uma zona de prostituição” (2003) e “Era um garoto: o soldado brasileiro de Hitler” (2016), finalista do Prêmio Jabuti. No início da pandemia, voltou a compor e gravar com maior frequência em seu home studio. Sob a produção musical de Leonardo Marques, lançou seu primeiro álbum “Curiango”, em 2020, e, agora, apresenta seu segundo disco “Deserto do Tempo”, com 15 músicas autorais, compostas ao longo de sua vida e durante o período de isolamento.

 

Informações

Local

Sala Juvenal Dias | Av. Afonso Pena, 1537. Centro. Belo Horizonte

Horário

20h

Duração

1h30min

Classificação

Livre

Informações para o público

(31) 3236-7400