Cia. de Dança Palácio das Artes estreia "Para quem não sabemos", no YouTube

publicado em 3 de dezembro 2021

A partir de uma imersão no tema acessibilidade cultural, a Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA) estreia a intervenção de dança “Para quem não sabemos”, no próximo domingo (05/12), às 16h, pelo canal do YouTube da Fundação Clóvis Salgado. Dirigida pela bailarina convidada Marise Dinis, a produção apresenta pequenos solos individuais desenvolvidos por cada bailarino e dedicados às pessoas que nunca tiveram acesso à arte da dança.

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Um livro de danças singulares

“Uma proposta de encontro com o outro”, é como a diretora da intervenção define a nova estreia da Cia. de Dança. O trabalho foi guiado por questionamentos, como: “Quem acessa minha dança?” e “Quem acessa a minha arte?”. Segundo Marise Dinis, a intenção por trás das perguntas consistia em incentivar os bailarinos a refletirem sobre o acesso do público à cultura.

Durante o processo de criação, cada artista entrevistou uma pessoa que nunca teve acesso à dança em suas variadas formas para criar uma “pequena dança”, inspirada no próprio entrevistado. “É uma realização do desejo do outro. É devolver para essas pessoas aquilo que elas queriam ver em uma dança, a partir do que os bailarinos podem desenvolver, do ponto de vista das habilidades corporais, dos conhecimentos e das experiências de vida”, conta Marise.

“Essa forma de criar foi um ato transformador para mim, porque mexeu com o meu emocional e fez uma reviravolta em várias coisas que eu estava vivendo e criando”, revela Christiano Castro, bailarino da CDPA. Ele comenta que a construção dos movimentos foi permeada pelos exercícios passados por Marise e pelas conversas realizadas com a pessoa escolhida, que inclusive tinha uma visão de dança muito pautada no ballet clássico.

A diretora do projeto ainda ressalta o tom poético da nova produção da Companhia e define o projeto como um caderno de poemas. “Essas danças são como pequenos poemas, porque elas têm esse caráter da dedicatória e da construção que nem sempre é direta, óbvia. É como se fosse um caderno de poemas dedicados a pessoas conhecidas, pouco conhecidas ou desconhecidas”, explica Marise. Para o diretor da Cia. de Dança Palácio das Artes, Cristiano Reis, tratar o tema acessibilidade de forma ampla, sem necessariamente associá-lo somente aos recursos específicos para pessoas com deficiência, é uma maneira de instigar os bailarinos e o público a refletir sobre as complexidades que envolvem o ato de acessar a arte. “A primeira ideia foi sensibilizar a questão do acesso. Como que eu me acesso? Depois, como que eu me sensibilizo? Como que eu penso a partir de outros olhares?”, pontua Cristiano.

A intervenção de dança “Para quem não sabemos” é realizada pelo Governo de Minas Gerais / Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado, e é correalizado pela Appa – Arte e Cultura. Tem o patrocínio Master da CemigAngloGold Ashanti, Arcelor Mittal e Unimed-BH / Instituto Unimed-BH¹, além do patrocínio da Usiminas, com o apoio do Instituto Usiminas. Todos os incentivos são através das Leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura.

¹ O patrocínio da Unimed-BH / do Instituto Unimed-BH é viabilizado pelo incentivo de mais de cinco mil médicos cooperados e colaboradores.

A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

Sobre a diretora:

Marise Dinis reside em Belo Horizonte onde atua profissionalmente como dançarina e professora de dança desde 1990. Atuou nos grupos Camaleão, Meia Ponta, 1º Ato e Benvinda Cia de Dança. Desde 2004 atua como artista independente, além de colaborar com grupos, coletivos e outros artistas. Se interessa pela improvisação em dança, pelas práticas somáticas, pelas manifestações afrodiaspóricas como fonte de pesquisa e pela confluência entre diferentes áreas de expressão artística. Trabalhou junto à Cia de Dança Palácio das Artes em diversos contextos, atuando como professora de dança contemporânea e improvisação, ensaiadora, assistente de direção e professora convidada. Agora, dirige projeto de criação do vídeo “Para quem não sabemos”. Atualmente, é professora de dança da Escola Livre de Artes Arena da Cultura e dançarina do ajuntamento de mulheres que desenvolve o projeto “Em PlaylistA”.

CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente. O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.