Prazer Encarnado

Alvimar Neri Pinto

Chapéu-Panamá

O chapéu-palheta é um tipo de chapéu de palha com textura rígida, muito popular nas primeiras décadas do século XX.

Brasil

No Brasil, o item já era conhecido desde os primeiros anos do século XX, mas se popularizou ainda mais na década de 1920, com a influência da cultura norte-americana, que atingia o país principalmente por meio do cinema. Até o início dos anos 40 foi um acessório comum no vestuário do brasileiro. Durante a Segunda Guerra Mundial, o chapéu-palheta começou a entrar em desuso no país, até desaparecer.

Cultura popular

Nos anos 30 o chapéu-palheta foi largamente usado pelos boêmios do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. A razão era o seu baixo custo somado ao seu formato (que evoca o que é tropical). Com isso, tal chapéu passou a fazer parte da figura do malandro, no imaginário popular brasileiro. Um exemplo é o Zé Carioca (que usa chapéu-palheta), personagem criado por Walt Disney para estereotipar o brasileiro. Talvez foi esse o motivo do “palheta” ter diminuído a sua popularidade nos anos 40, embora acontecesse o mesmo no exterior.

O jeito de ser e de se vestir do malandro, como estereótipo, também bebe na fonte do personagem folclórico Zé Pelintra, personalidade emblemática do catimbó. A Umbanda, posteriormente, incorporou o antigo mestre de mesa, com a figura de malandro, também chamado de Pernambucano, quando do translado de levas de migrantes do Nordeste para o Centro-Sul do Brasil. Zé Pelintra seria um boêmio de modos selvagens em suas lides, mas de coração bom e prestimoso, sendo, inclusive, considerado “padrinho dos pobres”. A mais marcante diferença entre o estereótipo do malandro e a representação de Zé Pelintra é que esse último se veste em caxemira e gravata vermelha, enquanto que o malandro típico prefere camisas listradas, sem gravata.

Malandros e Caxias

A imagem do malandro contrapõe-se à do caxias (indivíduo repressor, observador das normas, leis e bons costumes). No imaginário popular brasileiro, diz-se, frequentemente, que os malandros exercem maior atração nas pessoas que os caxias, inclusive sendo mais bem-sucedidos em suas relações amorosas.

Um exemplo literário do convívio entre ambos os extremos pode ser encontrado na obra “Dona Flor e seus dois maridos” (1966), escrita por Jorge Amado.

Técnica

Vídeo e Fotografia 

Para a realização desta mostra com o tema PRAZERES, utilizei para confecção do chapéu carnavalizado e para cenografia os seguintes itens: fita dourada (galão), cola quente, borracha E.V.A., tecido de veludo azul, um rolo Strass Crystal, brocal prata, pena azul, cabeça de manequim de isopor, 1 litro de cachaça, 2 copos “lagoinha”, 1 maço de cigarro, sapato branco estilo tamanco, 1 navalha, isqueiro, cinzeiro, 3 aparelhos de celular (lanterna) para iluminação, 1,50 m de tecido quadriculado nas cores vermelho e branco para o forro da mesa e 50 cm de tecido de paetê azul. 

Para o registro, utilizei câmera fotográfica CANON SL2, programa Editor de vídeo do Windows. Trilha sonora:  música tema do filme Dona Flor e seus dois maridos “O Que Será” (Abertura – Simone), A Volta do Malandro (Teresa Cristina) e Lenço no Pescoço (Wilson Batista).