E) Esther az

Palavras-chave: memória, afeto, Esther az.

Bora falar de arte?

Nesta publicação, retomaremos a construção do inventário de nomes de artistas do “Bora falar de arte?”. A última letra foi a “D”, de Danielle Fonseca. Hoje, iremos apresentar a letra “E” e a artista Esther az.

Para isso abrimos nossa publicação com duas perguntas: é possível mergulhar em nossas memórias por meio da memória do outro? Ou: é possível mergulhar na memória coletiva a partir das próprias lembranças?

Foto: Daniela Parampal

Esther az

Esther az é uma jovem artista nascida em Contagem (MG) e que vive em Belo Horizonte (MG). Ela conta que seus pais a ensinaram a fazer coisas belas e poéticas com simplicidade e propriedade. A partir desse universo, a artista cria obras em diferentes técnicas, vasculhando suas histórias. Com objetos e lembranças pessoais e coletivas, sua produção é permeada por vivências, afetos e pela reconstrução do que nos foi apresentado como “o natural”, criando uma nova ordem de respeito pelo erro e de generosidade com a matéria.

Foto: Daniela Parampal

“Tecnologia para descanso” (2020) e “O livro de história não conta do nosso cansaço” (2020/2021)

A imagem surge ao ver seu pai deitado em uma rede. Na frente dele, andaimes: tudo se junta. “Tecnologia para descanso” (2020) é uma estrutura de andaime usada como suporte para uma rede de descanso. Essa pintura, feita em aquarela e anil sobre papel, nos coloca diante de um paradoxo. Dois objetos, um usado no trabalho braçal e outro para o descanso, unidos em uma única estrutura.

Um cartaz colado em um muro com os dizeres “O livro de história não conta do nosso cansaço”. Essa frase é a mesma que dá título à obra da artista, produzida em anil sobre papel. Com ela, Esther nos convida a pensar o porquê de a História não contar sobre o nosso cansaço.

As duas obras se encontram em um mesmo intervalo, elas tratam sobre considerar a pausa para descanso como o tempo de “ser”, em vez de considerar o trabalho a nossa única identidade. Eles também nos põem a refletir sobre nossa ancestralidade, que nossas identidades vão além do que a História contou nos livros e que, sim, temos memórias e as acessamos por meio dos nossos corpos, de objetos, hábitos e histórias compartilhadas. 

Foto: Daniela Parampal

Chamada para conhecer mais

Em 2020, Esther gravou duas videoaulas intituladas “Afago ao tédio – a casa como paisagem – desenho e autopercepção” a convite do Memorial Minas Gerais Vale. Nesses vídeos, ela apresenta o ato de desenhar como algo aberto, fluido e prazeroso, em uma íntima relação com sua casa. 

Convidamos você para assistir a Aula 1 e a Aula 2 e fazer as experiências propostas.
Você também pode visitar A memória parada acerta três vezes ao dia, exposição virtual de Esther az no site do BDMG Cultural, e conhecer mais obras da artista em seu Instagram (estheraz).

Foto: Daniela Parampal

Na próxima publicação, o nosso convite continua aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as mídias sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!

Sobre as autoras:

Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.

Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.