SHYAMALAN: AS DINÂMICAS DA FÉ

28/03/24 - 11/04/24

Cine Humberto Mauro

Foto: Divulgação

“O Sexto Sentido”, de M. Night Shyamalan, estreava nos cinemas há 25 anos. Desde então, o cineasta tem se tornado um dos realizadores mais divisivos de Hollywood. Mergulhar em suas produções tornou-se um empreendimento de fé. A mesma fé que Shyamalan coloca no centro de todos os seus filmes, e que será objeto de reflexão para os espectadores do Cine Humberto Mauro entre março e abril de 2024. A mostra “Shyamalan: Dinâmicas da Fé” acontecerá na sala de cinema do Palácio das Artes do dia 28/3 (quinta-feira) ao dia 11/4 (quinta-feira), e integra o programa “Minas Santa”, do Governo de Estado, que visa promover e celebrar a diversidade de tradições religiosas no período da Semana Santa. Serão 15 filmes, desde as obras feitas por Shyamalan no final dos anos 1990 até seus longas-metragens mais recentes, “Tempo” (2021) e “Batem à Porta” (2023), além do filme “Demônio” (2010), produzido e roteirizado pelo cineasta. Todas as sessões do Cine Humberto Mauro são gratuitas, e os ingressos para os filmes da mostra “Shyamalan: Dinâmicas da Fé” podem ser retirados na bilheteria do cinema, a partir de 1 hora antes de cada exibição. Para além das sessões presenciais, filmes que traçam um diálogo interessante com o autor estarão disponíveis também na plataforma CineHumbertoMauroMAIS. Dentre os longas-metragens escolhidos para a exibição online estarão “O Marido Era o Culpado” (1936), de Alfred Hitchcock, e “A Morta-Viva” (1943), de Jacques Tourneur.

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

SINOPSES DOS FILMES

 

Night Shyamalan é um cineasta indiano naturalizado estadunidense, e está entre os grandes nomes do cinema hollywoodiano contemporâneo. Logo no início de sua carreira, o diretor foi aclamado por público e crítica pelo longa-metragem “O Sexto Sentido”, seu segundo filme, mas passou a acumular controvérsias ao longo dos anos seguintes. Seus filmes costumam dividir a opinião de público e crítica, com alegações de que ele se tornou refém do próprio sucesso e sempre busca por reviravoltas marcantes e finais-surpresa nas narrativas que produz, mas também defesas que ressaltam um maior distanciamento das convenções da linguagem cinematográfica, o que o teria tornado um cineasta mais autoral. Em meio essas discussões, a obra de Shyamalan constitui um conjunto singular dentro da indústria do cinema: o diretor se vale de gêneros e subgêneros comumente utilizados por grandes produções, como o “filme de super-herói” e o “filme de apocalipse”. Mas, independentemente da categorização, existe algo que atravessa o cinema deste diretor e que poderá ser analisado na mostra dedicada a ele no Cine Humberto Mauro: a questão da fé.

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a mostra “Shyamalan: Dinâmicas da Fé”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal e correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal. Brasil, União e Reconstrução.

No que se quer acreditar? – “Shyamalan: Dinâmicas da Fé” estreia justamente durante a Semana Santa, e propõe ao espectador uma revisão da filmografia do diretor à luz da fé, que, para Shyamalan, não se limita a um contexto religioso, mas é um fio condutor e uma força que permeia a essência de suas histórias. Trata-se de um elemento que desafia os personagens a confrontarem o desconhecido, destacando as complexidades da crença, em um mundo onde o extraordinário se entrelaça com o cotidiano e o natural convive na fronteira com o sobrenatural. “O interessante dos filmes do Shyamalan é que, a cada obra, ele traz uma nova pergunta sobre a religiosidade. Temos longas que destacam a fé dentro da comunidade, outros que enxergam a crença dogmática como patologia, alguns que focam na convicção individual, e também aqueles que tratam da fé como reposicionamento do mundo. No final das contas, a filmografia dele gira em torno de uma questão central: “No que se quer acreditar?”, explica Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra.

Em seus dramas, thrillers ou fantasias, como o primeiro filme de sua carreira, “Olhos Abertos” (1998), e os bem-sucedidos “Corpo Fechado” (2000) e “Sinais” (2002), há sempre uma oposição entre a fé e a descrença, e o ato de acreditar é geralmente visto como uma adição ao caráter, não sob uma perspectiva maniqueísta, mas em termos de humanidade e sensibilidade. A partir, porém, do filme “A Vila” (2004), Shyamalan começou a ganhar detratores, e o aspecto divisivos das histórias e narrativas do diretor foi consolidado com o filme seguinte, “A Dama na Água” (2006), que teve uma recepção controversa de público e crítica, mas oferece uma síntese de alguns temas recorrentes na obra do diretor. Não por acaso, os dois filmes serão exibidos em sessões especiais: “A Vila” está incluído na faixa de curadoria “Cinema e Psicanálise”, no dia 5/4 (sexta-feira); já “A Dama na Água” ganhará uma “Sessão Comentada” no dia 2/4 (sábado), com a participação do professor e pesquisador José Ricardo Miranda Jr. No mesmo dia, haverá um curso, também ministrado por José Ricardo, intitulado “As Dinâmicas da Fé”, que apresentará uma análise profunda da obra do diretor, especialmente a partir do viés do sagrado em sua filmografia. A atividade contará com certificado de participação para quem estiver presente.

Durante os anos 2010, “A Visita” (2015) marcou o retorno do diretor ao gênero terror, e foi seguido por “Fragmentado” (2016) e “Vidro” (2019), continuações da trilogia de filmes de “(anti)super-herói” iniciada com “Corpo Fechado”. A trilogia será exibida na íntegra e em sequência cronológica no dia 6/4 (sábado). Rodrigo Azevedo, programador e assistente na curadoria da mostra, destaca que, ao contrário de uma abordagem simplista, Shyamalan não oferece respostas prontas em seus filmes. “Em vez disso, ele cria ambiguidade, incentivando os espectadores a refletir sobre as diferentes nuances da crença – e a tirarem suas próprias conclusões –, através de um cuidado formal que tem se consolidado cada vez mais ao longo dos anos na abordagem dos mistérios que compõem seus enredos”, aponta Azevedo.

CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS.  A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.

Informações

Local

Cine Humberto Mauro

Horário

Conferir na programação

Classificação

Varia conforme a programação

Informações para o público

(31) 3236-7400