Palavras-chave: escuta, voz e Maré de Matos.
Bora falar de arte?
O “Bora falar de arte?” continua com a missão de inventariar coisas e nomes. Na última publicação, a letra foi o “L”, de Luciana Magno. Hoje, iremos apresentar a letra “M” e a artista Maré de Matos.
Maré de Matos
Maré de Matos é artista mineira de Governador Valadares e desenvolve seu trabalho de forma transdisciplinar. Ela percorre diferentes mídias, usando a palavra e a linguagem para construir imagens. Sua produção parte do desassossego sobre as dinâmicas sociais e a toxicidade colonial na qual ainda estamos imersos e que, muitas vezes, é confundida com nossos valores.
O direito à fala é presença constante em suas obras, mostrando que todos nós temos o direito a enunciar nossas histórias. Com frases em estandartes, Maré coloca seu corpo em situações que dialogam com os espaços e cria fotoperformances mostrando dizeres como: “selvagem é a civilização”, “racismo é uma tradição”, “história é uma ficção” e “a emoção é um direito”.
“Púlpito Público” (2020)
No meio de um parque vemos três escadas partindo de distintos sentidos e chegando a uma mesma plataforma. Nela há quatro megafones disponíveis para quem quiser se expressar. A instalação Púlpito Público é mais uma maneira da artista refletir sobre as vozes que constituem a nossa sociedade. O espaço criado torna-se, momentaneamente, um local onde é permitido a todos falar, gerando assim uma polifonia. Maré diz sobre o direito que temos à fala e, ao mesmo tempo, o dever de ouvir o outro.
Diante do púlpito, há um estandarte com os seguintes dizeres: “todo gesto fala”. É uma celebração àqueles que se comunicam por sinais e a lembrança de que nossas ações também enunciam algo.
O que seus gestos dizem? O que você diria em um púlpito? Você está disposta a ouvir todos os que desejam falar? Como o falar e o ouvir podem ser de fato incorporados no seu cotidiano?
Acompanhe Maré de Matos em sua conta no Instagram.
Na próxima publicação, nosso convite continua em aberto: Bora falar de arte? Lembre-se de acompanhar as mídias sociais da Fundação Clóvis Salgado para se manter atualizado sobre a arte contemporânea!
Sobre as autoras:
Daniela Parampal é bacharel e licenciada em Artes Visuais, artista visual, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.
Mara Tavares é licenciada em Letras, mestra em Artes, professora e mediadora cultural na Escola de Artes Visuais do Cefart – FCS.